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Política NARRATIVA DE GOLPE

Randolfe, o porta-voz do golpe que nunca existiu

Ao admitir atenuar penas, senador expõe a farsa construída em torno do 8 de Janeiro e revela como a esquerda manipula narrativas para criminalizar opositores e blindar omissões do Estado

08/05/2025 às 11h26 Atualizada em 08/05/2025 às 12h39
Por: Douglas Ferreira Fonte: Com informações Metrópoles
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Randolfe Rodrigues mente ao falar em tentativa de golpe, de explosão de bomba ou tentativa de matar o presidente - Fot: Reprodução
Randolfe Rodrigues mente ao falar em tentativa de golpe, de explosão de bomba ou tentativa de matar o presidente - Fot: Reprodução

Randolfe Rodrigues, senador pelo Amapá e líder do governo Lula no Congresso, decidiu recuar. Após meses bradando contra qualquer possibilidade de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de Janeiro, agora admite que atenuar penas “é aceitável”. O problema não é a mudança de tom. O problema é o descompromisso com a verdade desde o início.

Randolfe mente. E mente com convicção, ao afirmar que “não é admissível anistia para quem tentou jogar bomba no aeroporto de Brasília ou matar o presidente Lula”. Nada disso aconteceu. Nenhuma bomba foi lançada, nenhum plano concreto de assassinato do presidente foi encontrado, tampouco qualquer uma dessas acusações consta nos autos dos processos em julgamento no Supremo Tribunal Federal. Trata-se, portanto, de uma retórica política rasa, violenta e difamatória - sem amparo jurídico ou fático.

É bom lembrar: o que se viu em 8 de Janeiro foi uma quebra-quebra, vandalismo, ocupação irregular de prédios públicos - tudo condenável, mas longe de configurar um “golpe de Estado” tal como alardeiam a esquerda e setores da cúpula do Judiciário. Não havia comando, não havia plano, não havia armas. Havia desorganização, oportunismo e massa de manobra. E, principalmente, havia omissão estatal que até hoje não foi explicada.

A famosa “minuta do golpe”, citada "ad nauseam" por ministros do STF, inclusive Alexandre de Moraes, nunca foi encontrada entre os réus acusados de tentativa de subversão da ordem democrática. Esse documento, supostamente encontrado na casa de um terceiro, jamais entrou nos autos principais - e, portanto, como se diz no direito: o que não está nos autos, não está no mundo.

Randolfe, como bom soldado do lulismo, prefere alimentar o imaginário da ruptura institucional - um golpe fictício - a buscar a verdade dos fatos. Se o governo e seus aliados estivessem realmente comprometidos com a transparência, já teriam liberado as imagens das câmeras do Ministério da Justiça, que inexplicavelmente continuam sob sigilo. Essas imagens poderiam identificar quem iniciou o vandalismo, quem facilitou o acesso aos prédios, quem foram os infiltrados e, mais importante: por que não houve resistência ou contenção à altura por parte das autoridades.

Por que não liberar essas imagens? Por que manter os processos em sigilo? Por que advogados foram impedidos de acessar autos? Por que celulares de defesa foram lacrados? Que Justiça é essa que julga nas sombras, com provas seletivas e impedindo o contraditório? Não é o Estado Democrático de Direito que está sendo defendido aqui - é um Estado de Exceção com verniz legal.

Randolfe agora flerta com a possibilidade de atenuar penas para “os levados pelo baile da valsa”. Mas quem foram essas pessoas? Velhinhas com Bíblia na mão, senhoras com camiseta da seleção, homens simples com celular filmando o que pensavam ser um protesto, ou morador de rua e vendedor de algodão doce. Essa massa foi pintada como terrorista, colocada em ônibus e levada sem julgamento para presídios federais. A seletividade dos alvos mostra que a intenção nunca foi justiça, e sim vingança política, repressão exemplar e controle do discurso.

O julgamento do 8 de Janeiro ainda será objeto de um tribunal autêntico, imparcial e histórico. E quando esse dia chegar, ficará claro que não houve golpe, mas sim oportunismo político, manipulação de narrativas e uso indevido das instituições para esmagar adversários. A verdade tarda, mas não falha.

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