Trump contra a Europa: a nova guerra comercial das tarifas sobre bebidas

A guerra comercial entre os Estados Unidos e a União Europeia ganhou um novo capítulo nesta semana. O ex-presidente Donald Trump ameaçou impor uma tarifa de 200% sobre bebidas alcoólicas europeias caso a UE não revogue a taxação de 50% sobre o uísque americano. A declaração, feita pelo republicano em uma publicação na rede Truth Social, acirra ainda mais as tensões entre as duas potências econômicas.

A taxação europeia sobre o uísque dos EUA faz parte de uma retaliação às tarifas impostas anteriormente pelo governo americano sobre aço e alumínio importados da Europa. A resposta da UE incluiu tarifas sobre um total de US$ 28 bilhões em produtos americanos, atingindo setores estratégicos como o de bebidas destiladas, motocicletas e embarcações.

Trump, por sua vez, classificou a medida como "desagradável" e acusou a União Europeia de ser "uma das autoridades tributárias e tarifárias mais hostis e abusivas do mundo, criada com o único propósito de tirar vantagem dos Estados Unidos". Ele prometeu uma reação rápida e dura, garantindo que sua taxação sobre vinhos, champanhes e outras bebidas alcoólicas europeias beneficiaria os produtores americanos.

A escalada tarifária preocupa o setor de destilados dos EUA, que teme grandes perdas no mercado europeu. O CEO do Conselho de Bebidas Destiladas dos Estados Unidos (DISCUS), Chris Swonger, lamentou a decisão da UE, afirmando que as tarifas prejudicarão os esforços para reconstruir as exportações do setor.

Enquanto isso, especialistas avaliam que essa troca de tarifas pode gerar prejuízos para ambos os lados. A taxação sobre bebidas europeias pode encarecer os produtos para consumidores americanos e afetar o setor de importação e distribuição. Já para a Europa, o bloqueio a produtos como bourbon e outras bebidas americanas pode afetar o comércio bilateral e gerar instabilidade nos mercados.

Resta saber se a União Europeia cederá à pressão ou se manterá sua postura firme. Com as tarifas programadas para entrar em vigor nos próximos meses, o embate comercial entre EUA e UE está longe de um desfecho.