O que poderia ser mais um registro comum da violência urbana em Teresina se revela um retrato preocupante da rotina de medo vivida pela população, especialmente na zona Norte da capital. Um casal foi baleado na noite de segunda-feira (16/06) na Avenida Rosana Neves, bairro Monte Verde, enquanto retornava para casa. O caso, embora inicialmente tratado como tentativa de assalto, também levanta suspeitas de retaliação relacionada a conflitos entre facções criminosas da região.
Segundo informações do 13º Batalhão da Polícia Militar, as vítimas estavam chegando à residência quando foram abordadas por dois indivíduos em uma motocicleta. Relatos de testemunhas indicam que o homem havia saído brevemente com a esposa para realizar uma compra quando a dupla criminosa se aproximou e anunciou um assalto. O homem teria reagido, momento em que ambos foram alvejados.
A mulher foi atingida no ombro e no braço. Já o homem sofreu um disparo grave na região do pescoço ou cabeça. Ambos foram socorridos com vida e encaminhados ao Hospital de Urgência de Teresina (HUT), onde seguem internados.
Acerto de contas?
Apesar da dinâmica do crime sugerir uma tentativa de roubo, o sargento Gonçalves, do 13º BPM, apontou outra linha de investigação. De acordo com ele, há uma onda de retaliações em curso no Parque Brasil IV, região próxima ao local do ataque, motivadas por um homicídio recente.
“Está tendo retaliação sobre um homicídio no Parque Brasil IV. Tem criminosos atirando aqui na região. Esse casal foi surpreendido por dois indivíduos e tudo indica que é retaliação”, afirmou o militar.
Investigação em andamento
Até o momento, a identidade das vítimas não foi oficialmente divulgada, e a Polícia Civil apura se elas tinham antecedentes criminais ou relação com facções locais. Nenhum suspeito foi preso até agora. A Polícia Militar segue em diligências na tentativa de localizar os autores do atentado.
Enquanto isso, moradores do bairro relatam medo constante e denunciam o aumento da violência armada. “A gente vive trancado. Parece zona de guerra. Todo dia tem tiro, todo dia tem assalto”, desabafou um morador que preferiu não se identificar.
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