Engenheiros dos Estados Unidos identificaram uma possível ameaça à infraestrutura energética ocidental escondida em equipamentos solares fabricados na China. De acordo com especialistas ouvidos pela agência Reuters, foram encontrados dispositivos minúsculos de comunicação externa embutidos em componentes chineses, sem qualquer aviso no momento da compra. A descoberta levantou suspeitas de espionagem e riscos cibernéticos em larga escala.
Os dispositivos foram detectados principalmente em inversores de energia — equipamentos usados para conectar painéis solares, turbinas eólicas, baterias, bombas de calor e carregadores de veículos elétricos às redes elétricas. Embora esses sistemas geralmente permitam acesso remoto para manutenção, autoridades de segurança dos EUA implementam firewalls para bloquear conexões externas não autorizadas. No entanto, os dispositivos ocultos seriam capazes de contornar essas barreiras, permitindo comunicação direta com a China.
Fontes ligadas à segurança informaram que, além dos inversores, algumas baterias exportadas por fornecedores chineses também apresentavam alterações suspeitas. Segundo os especialistas, o uso desses dispositivos poderia permitir que agentes externos desligassem os inversores ou modificassem suas configurações, com potencial para comprometer ou até destruir a infraestrutura energética de países ocidentais.
Apesar de ainda não haver registro de ataques realizados com esses dispositivos, a ameaça é considerada real. Para os especialistas, o risco vai além da espionagem: há a possibilidade de controle remoto ou sabotagem da rede elétrica. A China, que lidera o mercado de energia renovável, tem na Huawei sua principal exportadora de inversores, com 29% das remessas globais em 2022 — o que aumenta a preocupação em torno do alcance dessa influência.
Mín. 22° Máx. 34°