A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou nesta segunda-feira (14) o registro definitivo da primeira vacina contra a chikungunya. Desenvolvido pelo Instituto Butantan, em parceria com a farmacêutica Valneva, o imunizante demonstrou eficácia de até 98,9% nos testes clínicos e agora está autorizado para aplicação em pessoas com 18 anos ou mais.
O projeto da vacina começou a ser desenvolvido pela Valneva há mais de cinco anos. A parceria com o Instituto Butantan se intensificou nos últimos três anos, especialmente a partir da fase final de estudos clínicos. A pesquisa atingiu marcos importantes em 2022 e 2023, com a conclusão dos testes de fase 3 e publicação dos resultados na revista científica The Lancet, em junho de 2023.
O estudo clínico foi realizado nos Estados Unidos, com 4 mil voluntários de 18 a 65 anos. Os dados apontaram que 98,9% dos participantes desenvolveram anticorpos neutralizantes contra o vírus da chikungunya, e os níveis permaneceram robustos por pelo menos seis meses após a aplicação. A vacina também apresentou perfil de segurança favorável, com reações leves e autolimitadas.
Neste primeiro momento, o uso está autorizado apenas para adultos com 18 anos ou mais. Ainda não há liberação para aplicação em adolescentes, crianças ou gestantes, embora novos estudos estejam em andamento para essas faixas etárias.
A inclusão da vacina no Calendário Nacional de Vacinação ainda está em análise pelo Ministério da Saúde. A decisão depende da avaliação de fatores como:
Custo-benefício para o SUS
Capacidade de produção em larga escala pelo Butantan
Estratégia de distribuição para áreas de maior incidência
Estimativas de demanda e público-alvo prioritário
Segundo fontes do governo, existe a intenção de incluir o imunizante em campanhas de vacinação a partir de 2026, com foco inicial em regiões endêmicas e públicos vulneráveis, como idosos e pessoas com doenças crônicas.
Além da aprovação da Anvisa, a vacina já possui registro nos Estados Unidos (FDA) e na União Europeia (EMA), o que fortalece seu potencial de exportação e uso global, especialmente diante do avanço da chikungunya em países tropicais e subtropicais.
Com o avanço da chikungunya no Brasil e na América Latina, a vacina representa um passo histórico na saúde pública. Embora ainda não disponível em larga escala, sua aprovação é uma vitória da ciência nacional e um alívio à vista para regiões assoladas pela doença.
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