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Saúde PROTEÇÃO VACINAL

Anvisa aprova vacina contra chikungunya com eficácia de 98,9%; imunizante é o primeiro autorizado no mundo

Desenvolvida pelo Butantan em parceria com a Valneva, vacina poderá ser aplicada em adultos a partir de 18 anos. Governo ainda avalia inclusão no calendário vacinal

14/04/2025 às 11h12
Por: Douglas Ferreira
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A vacina pode ser inserida no calendário vacinal do Brasil a partir de 2026 - Foto: Reprodução
A vacina pode ser inserida no calendário vacinal do Brasil a partir de 2026 - Foto: Reprodução

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou nesta segunda-feira (14) o registro definitivo da primeira vacina contra a chikungunya. Desenvolvido pelo Instituto Butantan, em parceria com a farmacêutica Valneva, o imunizante demonstrou eficácia de até 98,9% nos testes clínicos e agora está autorizado para aplicação em pessoas com 18 anos ou mais.

Quanto tempo levou o desenvolvimento?

O projeto da vacina começou a ser desenvolvido pela Valneva há mais de cinco anos. A parceria com o Instituto Butantan se intensificou nos últimos três anos, especialmente a partir da fase final de estudos clínicos. A pesquisa atingiu marcos importantes em 2022 e 2023, com a conclusão dos testes de fase 3 e publicação dos resultados na revista científica The Lancet, em junho de 2023.

Eficácia e segurança

O estudo clínico foi realizado nos Estados Unidos, com 4 mil voluntários de 18 a 65 anos. Os dados apontaram que 98,9% dos participantes desenvolveram anticorpos neutralizantes contra o vírus da chikungunya, e os níveis permaneceram robustos por pelo menos seis meses após a aplicação. A vacina também apresentou perfil de segurança favorável, com reações leves e autolimitadas.

Quem pode se vacinar?

Neste primeiro momento, o uso está autorizado apenas para adultos com 18 anos ou mais. Ainda não há liberação para aplicação em adolescentes, crianças ou gestantes, embora novos estudos estejam em andamento para essas faixas etárias.

Vai entrar no calendário nacional?

A inclusão da vacina no Calendário Nacional de Vacinação ainda está em análise pelo Ministério da Saúde. A decisão depende da avaliação de fatores como:

  • Custo-benefício para o SUS

  • Capacidade de produção em larga escala pelo Butantan

  • Estratégia de distribuição para áreas de maior incidência

  • Estimativas de demanda e público-alvo prioritário

Segundo fontes do governo, existe a intenção de incluir o imunizante em campanhas de vacinação a partir de 2026, com foco inicial em regiões endêmicas e públicos vulneráveis, como idosos e pessoas com doenças crônicas.

Reconhecimento internacional

Além da aprovação da Anvisa, a vacina já possui registro nos Estados Unidos (FDA) e na União Europeia (EMA), o que fortalece seu potencial de exportação e uso global, especialmente diante do avanço da chikungunya em países tropicais e subtropicais.


Com o avanço da chikungunya no Brasil e na América Latina, a vacina representa um passo histórico na saúde pública. Embora ainda não disponível em larga escala, sua aprovação é uma vitória da ciência nacional e um alívio à vista para regiões assoladas pela doença.

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