O empresário Daniel Noboa foi confirmado no último domingo (13) como novo presidente do Equador após vencer o segundo turno com 55% dos votos, superando a candidata da esquerda, Luisa González, que obteve 45%. O resultado foi homologado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), mas rapidamente contestado por González e por seu aliado político, o ex-presidente Rafael Correa. Ambos alegam manipulação no processo e pedem a recontagem dos votos, apesar de não apresentarem evidências de fraude.
Em seu discurso da vitória, Noboa afirmou que a legitimidade da eleição é indiscutível e destacou a diferença de mais de um milhão de votos como um claro indicativo da vontade popular. “O Equador não quer voltar ao passado”, declarou o presidente eleito, em referência ao governo de Correa, cuja imagem foi atacada durante toda a campanha. O CNE, por sua vez, reforçou a lisura da apuração. “A democracia se fortalece quando se respeita a voz do povo”, afirmou a presidente da entidade, Diana Atamaint.
A votação contou com comparecimento de 83,7% dos mais de 13 milhões de eleitores habilitados. Missões de observação da Organização dos Estados Americanos (OEA) e da União Europeia acompanharam o pleito e não encontraram irregularidades. Ainda assim, González afirmou que houve interferência no processo, citando o estado de exceção decretado na véspera da eleição. “Vamos pedir a recontagem e que se abram as urnas”, disse a candidata, enquanto Correa declarou nas redes sociais que os resultados “foram forjados”.
Noboa assume o comando do país em um momento delicado. O Equador enfrenta uma onda de violência agravada pelo crime organizado, além de uma recessão econômica e apagões causados pela seca. Em 2023, o presidente eleito decretou conflito armado interno e usou forças militares contra grupos criminosos. Embora os índices de violência tenham caído temporariamente, os homicídios voltaram a crescer em 2025, gerando críticas de organizações de direitos humanos por supostos abusos. No campo econômico, o novo governo terá o desafio de enfrentar a estagnação e restaurar a confiança dos equatorianos.
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