Os equatorianos voltam às urnas neste domingo (13) para decidir quem comandará o país entre 2025 e 2029: o atual presidente Daniel Noboa, de direita, ou a candidata de esquerda Luisa González, apoiada pelo ex-presidente Rafael Correa. A eleição ocorre em um cenário de forte instabilidade, com o país enfrentando uma escalada de violência ligada ao narcotráfico, crise energética provocada pelo El Niño e desconfiança generalizada nas instituições. As urnas abrirão às 9h e fecharão às 19h, no horário de Brasília, com os primeiros resultados previstos para as 22h.
Mais de 13 milhões de eleitores estão aptos a votar, incluindo cidadãos equatorianos no exterior. O voto é obrigatório para os eleitores entre 18 e 65 anos e facultativo para jovens a partir de 16 e idosos com mais de 65 anos. No primeiro turno, realizado em fevereiro, Noboa e González tiveram uma diferença mínima: ele obteve 44,15% dos votos contra 44% dela. A disputa acirrada aumenta a expectativa por um segundo turno marcado por promessas de combate à criminalidade, recuperação econômica e reposicionamento do país no cenário internacional.
Daniel Noboa, de 37 anos, tenta se manter no poder após uma gestão marcada por medidas controversas, como a invasão da embaixada do México para prender o ex-vice-presidente Jorge Glas, o que levou ao rompimento das relações diplomáticas entre os dois países. Em abril, venceu um referendo que ampliou seus poderes na área de segurança. Seu governo também se aproxima dos Estados Unidos, com a proposta de instalar uma base militar americana na costa equatoriana — iniciativa fortemente criticada por sua adversária.
Já Luisa González, de 47 anos, promete restabelecer relações com o México e a Venezuela e retomar políticas sociais inspiradas no governo Correa, embora tente se distanciar do ex-presidente condenado por corrupção. Seu plano de governo enfatiza uma abordagem mais humanizada para a segurança pública, com foco na prevenção da violência, e propõe maior intervenção estatal na crise energética que afeta o país. González rejeita qualquer negociação com o crime organizado e afirma que, se eleita, governará com independência.
Independentemente do vencedor, o próximo governo enfrentará enormes desafios. O Equador vive um estado de conflito armado interno, com forças militares patrulhando as ruas e presídios dominados por facções criminosas. A economia está fragilizada e à beira do colapso, segundo analistas. Além disso, nenhuma das duas forças políticas — Ação Democrática Nacional (ADN) de Noboa ou o Movimento Revolução Cidadã de González — conquistou maioria no Legislativo, o que exigirá articulação e alianças para governar. O clima de polarização, somado às acusações de fraude eleitoral feitas por ambos os candidatos, torna este um dos pleitos mais tensos da história recente do país.
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