Nos últimos 10 dias, pelo menos três pedidos da defesa de Tatiana Medeiros foram analisados pela Justiça Eleitoral, entre habeas corpus e solicitações de revogação de medidas cautelares. Todos foram indeferidos até agora, sob o argumento de que a vereadora representaria risco à investigação em curso.
O novo pedido de habeas corpus, que será analisado nesta segunda-feira (14), traz como principal argumento a desnecessidade da prisão preventiva, sustentando que medidas cautelares diversas, como o uso de tornozeleira eletrônica ou o recolhimento domiciliar, seriam suficientes para garantir o andamento das investigações sem comprometer os direitos da parlamentar.
A sessão do Tribunal Regional Eleitoral do Piauí (TRE/PI) ocorrerá às 14h, no Plenário da Corte, mas será realizada por videoconferência e transmitida pelo canal oficial do tribunal no YouTube. O relator do caso é o juiz José Maria de Araújo Costa, e a sessão promete ser acompanhada de forte expectativa política e jurídica.
Mas o que está em jogo vai além da liberdade da vereadora. O julgamento pode estabelecer parâmetros importantes sobre o uso da prisão preventiva em investigações eleitorais que envolvem o crime organizado, especialmente em um contexto no qual a Polícia Federal aponta o suposto financiamento da campanha de Tatiana Medeiros por uma facção criminosa - o Bonde dos 40 - e desvios de verbas de uma ONG ligada ao esquema.
Além disso, o resultado da sessão pode repercutir diretamente no funcionamento da Câmara Municipal de Teresina, que está com uma cadeira vaga desde o afastamento da vereadora. Políticos locais e observadores avaliam que, dependendo da decisão do TRE, o próximo passo poderá ser o início de um processo de cassação.
Apesar da pressão jurídica, o PSB ainda não se posicionou oficialmente sobre o caso, e o clima entre os vereadores da capital é de silêncio e cautela.
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