A vereadora Tatiana Medeiros (PSB) vai passar mais um fim de semana atrás das grades. Presa desde o dia 4 de abril na Sala de Estado Maior da Polícia Militar do Piauí, a parlamentar teve mais um pedido de liberdade negado pela Justiça nesta quinta-feira (10). A decisão partiu do juiz Luís Henrique Moreira Rêgo, do 1º Juízo das Garantias do Núcleo I, que decidiu manter a prisão preventiva sob o argumento de que a liberdade da investigada representaria risco à ordem pública e ao andamento das investigações.
Tatiana é alvo da Operação Escudo Eleitoral, deflagrada pela Polícia Federal, que apura suspeitas de compra de votos e uso de recursos ilícitos na campanha eleitoral de 2024. A Justiça já havia negado um pedido de habeas corpus na última terça-feira (9). Agora, também rejeitou o pedido de relaxamento da prisão apresentado pela defesa da vereadora durante a audiência de custódia. O Ministério Público Eleitoral solicitou vistas no mesmo dia.
Na decisão, o juiz argumentou que medidas cautelares alternativas, como uso de tornozeleira eletrônica ou recolhimento domiciliar, não seriam suficientes para conter o potencial de interferência da vereadora. “[...] apenas a manutenção da restrição à liberdade do paciente será eficaz [...] visto que tais medidas menos gravosas seriam insuficientes para assegurar a efetividade da garantia da ordem pública e, por conseguinte, da aplicação da lei penal”, escreveu o magistrado.
O que pesa contra Tatiana?
Além das suspeitas de corrupção eleitoral, a Justiça avalia que a vereadora, caso solta, poderia ameaçar testemunhas, destruir provas ou até repetir os atos ilícitos investigados. A prisão, nesse sentido, assume um caráter preventivo - mas sem data para terminar. A legislação brasileira não impõe um limite objetivo para a duração de uma prisão preventiva, mas exige que sua manutenção seja revista periodicamente.
Enquanto a defesa tenta derrubar o cárcere com sucessivas petições, o cerco jurídico se fecha sobre a parlamentar, cuja imagem pública já sofre desgaste considerável. O caso levanta um debate incômodo: até onde o sistema político-eleitoral tolera abusos antes de impor freios reais? E, sobretudo, qual será o impacto dessa prisão na corrida eleitoral de 2024, especialmente para o grupo político ao qual Tatiana pertence?
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