A reprovação do mercado financeiro ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva alcança níveis alarmantes. Segundo a mais recente pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira (19), 88% dos agentes do mercado financeiro desaprovam a gestão do petista, enquanto apenas míseros 4% demonstram apoio às políticas econômicas adotadas pelo governo. Essa percepção negativa reflete um cenário de crescente insatisfação com os rumos do país.
O levantamento da Quaest foi realizado entre os dias 12 e 17 de março, ouvindo 106 fundos de investimento sediados em São Paulo e no Rio de Janeiro. Entre os entrevistados estavam economistas, analistas, gestores e tomadores de decisão do setor financeiro. Os dados apontam que 92% desses profissionais atribuem diretamente ao presidente Lula a responsabilidade pelo desempenho econômico do Brasil. Em contraste, apenas 5% consideram o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, como o principal condutor da economia nacional, enquanto 2% atribuem essa função ao Congresso Nacional e 1% ao Banco Central.
Os fatores que mais pesam na deterioração da imagem de Lula entre os agentes financeiros são a alta dos preços dos alimentos (64%) e erros na condução da política econômica (56%). Além disso, 41% dos entrevistados indicam que o aumento de impostos também contribui significativamente para a rejeição do governo, enquanto 36% apontam a violência urbana e a insegurança como fatores prejudiciais à sua popularidade.
Ainda que a desaprovação continue elevada, a pesquisa indica uma leve melhora na percepção do mercado em relação ao governo desde dezembro de 2023, quando 90% dos entrevistados avaliavam a gestão petista de forma negativa e apenas 3% demonstravam apoio.
Fora do mercado financeiro, a insatisfação popular também cresce. O alto custo de vida e a dificuldade de acesso a alimentos essenciais têm levado cada vez mais brasileiros às filas por ossos e carcaças de peixe, especialmente nas regiões mais vulneráveis, como o Nordeste. A promessa de campanha de garantir três refeições diárias para todos os brasileiros permanece distante da realidade, contribuindo para a queda da imagem de Lula como defensor das causas sociais.
A perda de confiança no governo tanto pelo mercado quanto pela população reflete um momento crítico para a administração petista. Se não houver mudanças significativas na condução da economia e no combate à carestia, a tendência é que essa desaprovação continue a crescer, comprometendo não apenas a estabilidade econômica, mas também a governabilidade nos próximos anos.
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