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Crise no setor aéreo: por que o Brasil continua perdendo voos?

Alta de custos, falta de incentivos e promessas não cumpridas agravam a situação das companhias aéreas

16/03/2025 às 12h17
Por: Douglas Ferreira
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Azul desiste de 14 rotas e impacta consumidores de Norte a Sul do país - Foto: Reprodução
Azul desiste de 14 rotas e impacta consumidores de Norte a Sul do país - Foto: Reprodução

A aviação comercial brasileira vive uma crise persistente que se arrasta há anos, com o encerramento de rotas e dificuldades financeiras das companhias. A Azul Linhas Aéreas, uma das principais empresas do setor, anunciou recentemente a suspensão de operações em 14 cidades, afetando milhares de passageiros. A pergunta que fica é: por que a crise persiste, e por que o governo Lula não consegue cumprir a promessa de que “o brasileiro voltaria a andar de avião”?

Por que a crise no setor aéreo não tem solução?

A aviação brasileira enfrenta um cenário de desafios estruturais que vão além do impacto pontual da crise econômica. Os principais problemas incluem:

  • Alta do dólar e combustíveis caros: Como o setor depende de custos dolarizados (como leasing de aeronaves e querosene de aviação), a valorização da moeda americana impacta diretamente as operações.
  • Carga tributária elevada: O Brasil tem um dos combustíveis de aviação mais caros do mundo devido aos impostos estaduais.
  • Baixa competitividade e falta de concorrência: A concentração do mercado nas mãos de poucas companhias limita a oferta e encarece passagens.
  • Falta de incentivo governamental: Apesar das promessas de baratear o transporte aéreo, o governo não conseguiu implementar políticas eficazes para aliviar os custos das empresas.

O que o governo pode fazer para salvar o setor?

Diante da retração das companhias aéreas, o governo tem algumas opções para tentar reverter o cenário:

  1. Reduzir a carga tributária sobre combustíveis e operações aeroportuárias, tornando os voos mais viáveis financeiramente.
  2. Incentivar novas companhias aéreas para aumentar a concorrência e reduzir preços. A entrada da Avion Express Brasil e o retorno da Total Linhas Aéreas são passos nessa direção, mas o ambiente regulatório ainda é hostil para novos players.
  3. Subsidiar rotas estratégicas em cidades menores para garantir a conectividade regional.
  4. Criar programas de estímulo para passagens acessíveis, como ocorreu em outros países.

O impacto da saída da Azul nas cidades afetadas

O encerramento de operações da Azul em várias cidades do interior tem consequências graves para a mobilidade e a economia locais. Municípios como Ponta Porã, na fronteira sul, e São Raimundo Nonato, no Piauí, perderão conectividade, impactando negócios, turismo e até serviços médicos que dependem de deslocamentos rápidos.

A crise do setor aéreo não é um problema novo, mas sua persistência expõe a falta de soluções concretas e políticas públicas eficazes. Enquanto isso, os brasileiros continuam pagando caro pelas passagens e enfrentando cada vez mais dificuldades para acessar o transporte aéreo.

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