O presidente russo, Vladimir Putin, declarou apoio à proposta de cessar-fogo para o conflito na Ucrânia, apresentada pelo presidente americano Donald Trump. No entanto, Putin enfatizou que a Rússia deseja discutir os termos diretamente com os Estados Unidos para garantir que o acordo resulte em uma paz duradoura.
— A ideia é boa, e nós a apoiamos totalmente, mas há questões que precisamos discutir. Acho que precisamos negociar com nossos colegas e parceiros americanos, talvez um telefonema com o presidente Trump — afirmou Putin ao lado do presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko. — A cessação dos combates deve levar a uma paz de longo prazo e eliminar as causas iniciais desta crise.
Nos últimos meses, a Rússia evitou assumir uma posição oficial sobre um cessar-fogo temporário, alegando que isso poderia favorecer a Ucrânia ao permitir um reagrupamento de tropas. Entretanto, agora há uma mudança de postura, com a Rússia se mostrando aberta a negociações.
Putin manifestou preocupação com a implementação e a fiscalização do cessar-fogo, questionando:
Quem dará as ordens para cessar as hostilidades?
Quem será responsabilizado por violações do acordo?
Como garantir que o cessar-fogo não favoreça a Ucrânia militarmente?
Além disso, fontes do Kremlin afirmam que qualquer acordo precisa incluir concessões ocidentais, como a suspensão de sanções econômicas impostas à Rússia e a revisão do status dos territórios atualmente ocupados por Moscou.
O governo ucraniano, liderado por Volodymyr Zelensky, já havia sinalizado disposição para um cessar-fogo de 30 dias, intermediado pelos EUA. Entretanto, há preocupações sobre os termos exigidos pela Rússia.
Zelensky enfrenta um dilema: enquanto uma trégua poderia reduzir o sofrimento da população, há temores de que Moscou use a pausa para consolidar suas conquistas territoriais e se rearmar para futuros ataques.
O presidente americano Donald Trump afirmou estar disposto a conversar diretamente com Putin sobre a proposta, considerando a declaração russa “promissora, mas incompleta”. Além disso, um enviado especial do governo americano, Steve Witkoff, chegou a Moscou para discussões com altos funcionários russos.
A Rússia aposta que um acordo com os EUA pode levar à redução de sanções e ao restabelecimento de relações diplomáticas, interrompidas desde o início do conflito.
O presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, destacou que um acerto entre Moscou e Washington poderia redefinir o equilíbrio de poder na Europa. Ele alertou, no entanto, que a Rússia deve ter cautela ao negociar com Trump.
Além disso, Rússia e Bielorrússia assinaram uma declaração conjunta reafirmando sua oposição às políticas da Otan e da União Europeia, acusando-os de promover ações desestabilizadoras na região.
Apesar da sinalização positiva, ainda há incertezas sobre a viabilidade de um cessar-fogo imediato. A Rússia deseja garantias para consolidar seus ganhos territoriais, enquanto a Ucrânia e seus aliados buscam uma retirada russa como pré-condição para a paz.
A próxima fase das negociações dependerá das conversas diretas entre Moscou e Washington, bem como do posicionamento da União Europeia e da Otan frente à proposta de trégua.
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