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Economia POR QUE TANTO ERRO?

Erros milionários e descontrole administrativo: O governo precisa de revisores?

Falta de atenção ou manobra? Valores absurdos são publicados no Diário Oficial e corrigidos só após denúncia da mídia

12/03/2025 às 09h23
Por: Douglas Ferreira
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Jorge Messias ministro-chefe da Advocacia Geral da União - Foto: Reprodução
Jorge Messias ministro-chefe da Advocacia Geral da União - Foto: Reprodução

Já se foi o tempo em que profissionais da administração pública dominavam pelo menos as operações matemáticas básicas. O que antes era exigência mínima, hoje parece luxo em alguns órgãos do governo. Dois erros grotescos chamaram a atenção recentemente e levantam dúvidas sobre a capacidade – ou a intenção – da máquina pública de evitar desperdício de dinheiro.

O primeiro caso ocorreu no ano passado, quando um erro de digitação fez com que um contrato da Construtora Otima (genuinamente piaueinse) com a Superintendência Regional do DNIT no Piauí fosse registrado no Portal da Transparência como R$ 8,9 bilhões, quando o valor real era R$ 79,6 milhões. Agora, um novo escândalo: a Advocacia-Geral da União (AGU) publicou um contrato prevendo R$ 518 mil para a manutenção de um único carro oficial, um Caoa Cherry Tiggo 8.

A justificativa para ambos os casos? "Erro administrativo". Mas será que esses equívocos são realmente acidentais ou fazem parte de um padrão de descuido que pode esconder algo mais sério?

O escândalo dos R$ 518 mil em manutenção

Na última sexta-feira (7), foi revelado que a AGU pretendia gastar R$ 518 mil para manter um único veículo oficial por um ano. O erro, publicado no Diário Oficial da União, só foi corrigido após denúncia da mídia. Segundo a AGU, o valor correto seria de R$ 43 mil, incluindo revisões e possíveis consertos.

Curiosamente, a mesma empresa contratada, Yellow Mountain Distribuidora de Veículos Ltda, assinou um contrato de apenas R$ 1.069 com o Conselho Regional de Corretores de Imóveis para manutenção de um veículo semelhante por 24 meses.

Para piorar, o carro, registrado em nome do Ministério da Justiça e Segurança Pública, tem valor de mercado de R$ 148 mil, ou seja, o contrato original previa gastar três vezes o valor do próprio veículo com manutenção.

Falta de transparência e suspeitas de superfaturamento

Esses "erros administrativos" só são identificados depois de serem expostos pela imprensa. O governo federal tem falhado em corrigir os problemas internamente antes que se tornem escândalos públicos. A pergunta que fica é: quantos outros contratos com valores inflacionados podem estar passando despercebidos?

Quem garante que não há serviços superfaturados ou até inexistentes sendo pagos com dinheiro público? Como confiar na gestão de recursos se erros desse porte continuam acontecendo?

AGU: De defensora da lei a ferramenta política

A Advocacia-Geral da União, sob comando de Jorge Messias, tornou-se uma peça-chave do governo Lula, utilizada para fins políticos, conforme apontado pela revista Crusoé. Messias, que ganhou notoriedade em 2016 ao tentar viabilizar a posse de Lula como ministro de Dilma Rousseff, agora lidera um órgão que tem se envolvido em polêmicas e questionamentos sobre sua independência e transparência.

O episódio da manutenção superfaturada reforça a percepção de que a AGU está mais preocupada em proteger o governo do que em garantir uma administração eficiente e responsável do dinheiro público.

Conclusão: erros ou estratégia?

Os casos recentes mostram um padrão preocupante. Se há tantos "erros administrativos", quantos outros podem estar ocorrendo sem serem descobertos? Será mesmo apenas descuido ou estamos diante de uma estratégia para inflacionar gastos públicos e desviar recursos?

O governo precisa responder: quem está checando os números antes de publicar? Por que erros tão grotescos continuam acontecendo? O cidadão merece explicações – e, principalmente, transparência.

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A NOTÍCIA E O FATO
A NOTÍCIA E O FATO
Sobre Douglas Ferreira é multimídia. Além de jornalista, é bacharel em Direito. Foi repórter da TV Clube, afiliada da Rede Globo, por 10 anos e, em Caxias, no Maranhão, apresentou o programa “Fala Caxias”. Fundou e dirigiu por seis anos a Folha do Cocais. Foi secretário de Comunicação da Prefeitura de Caxias e retornou a Teresina como âncora da TV Meio Norte. Por 20 anos, reportou e apresentou na TV Antena 10, afiliada da Record. Também foi assessor de imprensa do Tribunal de Justiça do Piauí e passou por rádios e pelos maiores portais do Estado. Sua vida é o jornalismo. No Sistema Move de Comunicação, foi editor do Portal Move Notícias e apresentador do Business Cast, do canal movetvweb no YouTube. Agora, está à frente do Gazeta Hora1.
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