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Saúde VARÍOLA DO MACACO

Primeira confirmação da nova cepa da mpox no Brasil acende alerta, mas especialistas descartam pânico

Paciente de São Paulo teve contato com viajantes do Congo, mas autoridades afirmam que risco de transmissão comunitária da cepa 1b ainda é baixo

09/03/2025 às 06h02
Por: Douglas Ferreira
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Brasil registra primeiro caso da nova cepa da doença em São Paulo - Foto: Reprodução/Imagem ilustrativa
Brasil registra primeiro caso da nova cepa da doença em São Paulo - Foto: Reprodução/Imagem ilustrativa

O Brasil registrou o primeiro caso da cepa 1b da mpox, doença anteriormente conhecida como varíola dos macacos. A paciente, uma mulher de 29 anos residente na região metropolitana de São Paulo, não esteve em áreas com surto ativo da infecção, mas teve contato com pessoas vindas da República Democrática do Congo, seu país de origem. A confirmação laboratorial foi feita por sequenciamento genético, e a Organização Mundial da Saúde (OMS) já foi informada sobre o caso.

O Ministério da Saúde afirmou que a paciente está em recuperação e deve ter alta na próxima semana. Ela foi orientada a permanecer em isolamento por três semanas, período recomendado para a infecção. Até o momento, não há registro de transmissão comunitária da cepa 1b no Brasil.

A mpox e sua nova cepa: riscos e transmissão

A mpox é uma infecção viral que causa sintomas como febre, dores musculares, inchaço nos linfonodos e erupções na pele. A doença é transmitida por contato direto com secreções de pessoas ou animais infectados, além do contato próximo com materiais contaminados. Nos últimos anos, a transmissão por relações sexuais tem sido um dos principais vetores da disseminação global.

A cepa 1b, detectada no Brasil, vem sendo monitorada desde julho de 2024 em países como Alemanha, Reino Unido, Estados Unidos, Canadá, África do Sul e Índia. No entanto, especialistas apontam que, fora do Congo, onde sua prevalência é maior, essa variante do vírus não conseguiu estabelecer uma transmissão sustentada.

Análise: há motivo para preocupação?

Segundo o diretor do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, Luiz Carlos Pereira Júnior, não há indicativo de alta transmissão da doença no país, e a vigilância epidemiológica brasileira está preparada para conter novos casos. A experiência com surtos anteriores da mpox e a rápida identificação da nova cepa demonstram a eficiência do monitoramento sanitário.

Outro ponto que reforça a baixa preocupação é o fato de a mpox apresentar baixa letalidade. No Brasil, desde o surgimento dos primeiros casos em 2022, não houve óbitos registrados nos últimos dois anos. Além disso, a maioria dos pacientes desenvolve sintomas leves ou moderados e se recupera entre duas e três semanas.

Contudo, a confirmação do primeiro caso da cepa 1b reforça a necessidade de atenção redobrada à vigilância epidemiológica, à testagem de casos suspeitos e ao rastreamento de contatos. A rápida detecção e a adoção de medidas de contenção são fundamentais para evitar a disseminação de uma nova variante no país.

Conclusão

Embora o primeiro caso da nova cepa da mpox no Brasil gere um alerta para as autoridades de saúde, os especialistas ressaltam que não há motivo para pânico. O sistema de vigilância epidemiológica tem experiência no controle da doença, e a transmissão comunitária da cepa 1b ainda não foi identificada no país. O monitoramento constante e a rápida adoção de medidas preventivas são essenciais para conter possíveis novos casos e garantir a segurança da população.

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