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O escândalo da “quentinha invisível” e o silêncio de Wellington Dias

Ministro do Desenvolvimento Social ignora denúncias sobre desvios milionários em contratos com ONGs aliadas e evita responder perguntas objetivas sobre a falta de entrega das refeições

15/02/2025 às 14h53 Atualizada em 15/02/2025 às 15h42
Por: Douglas Ferreira
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O ministro Wellington Dias se limitou a acusar o governo passado e a dizer que é mentira a denúncia das Quentinhas Invisíveis - Foto: Reprodução
O ministro Wellington Dias se limitou a acusar o governo passado e a dizer que é mentira a denúncia das Quentinhas Invisíveis - Foto: Reprodução

Antes de mais nada, é importante reconhecer a iniciativa do ministro Wellington Dias, do Desenvolvimento Social, ao anunciar o cancelamento de mais de três milhões de benefícios fraudulentos do Programa Bolsa Família, do governo federal. Alguns podem argumentar que ele apenas cumpriu seu dever, mas o fato é que essa era uma medida necessária. No entanto, o esforço do ministro parece ter se concentrado exclusivamente em eliminar supostas fraudes atribuídas ao governo anterior, enquanto pouco ou nada foi feito para fiscalizar e coibir irregularidades dentro da sua própria gestão.

O resultado disso? A mídia denuncia, a polícia investiga e a Câmara dos Deputados já se articula para instalar uma Comissão Parlamentar de Inquério, para apurar um escândalo envolvendo a distribuição de alimentos para pessoas vulneráveis: a CPI das Quentinhas Invisíveis. Não se trata de um caso isolado, mas de uma possível organização criminosa composta por aliados do Partido dos Trabalhadores (PT). A denúncia aponta que uma entidade contratada pelo ministério de Wellington Dias teria recebido pagamentos milionários da ordem de R$ 5,6 milhões para fornecer marmitas, mas não teria realizado as entregas.

O esquema, que já está sendo chamado de "Golpe da Quentinha Invisível", compromete gravemente a credibilidade da gestão de Wellington Dias à frente do Ministério do Desenvolvimento Social. Resta saber se estamos diante de um esquema criminoso bem organizado ou apenas de acusações infundadas, denúncia vazia.

O próprio ministro veio a público em um vídeo tentando desacreditar as denúncias. No entanto, sua fala parece não ter convencido ninguém além de sua base de apoio. O motivo? Ele evitou abordar diretamente as acusações, desviando o foco para a suposta corrupção do governo anterior. Em 90 minutos de discurso, não conseguiu fornecer respostas objetivas.

As perguntas que ficam são simples: por que o ministro não mencionou diretamente a empresa contratada para a distribuição das marmitas? Por que se limitou a falar do cancelamento de benefícios quando a questão central envolve a falta de entrega de alimentos? Por que atribuiu culpa ao governo anterior quando as irregularidades aconteceram em sua própria gestão? A falta de respostas concretas levanta ainda mais suspeitas.

Se tudo isso não passa de “intriga da oposição”, como afirma o ministro, por que ele tergiversou em vez de apresentar provas e explicações objetivas? Afinal, o que o povo brasileiro quer saber é o seguinte:

  • Quem contratou as ONGs envolvidas no escândalo?

  • Qual foi o valor total pago a elas?

  • As refeições foram realmente entregues?

  • Onde estão os registros dessas entregas?

  • Quando o ministério soube das irregularidades e que medidas foram tomadas para corrigir o problema?

Essas são perguntas legítimas que merecem respostas claras. O ministro e o governo federal devem explicações à população, pois são os cidadãos que pagam os salários de todos os ocupantes de cargos públicos, incluindo o do próprio Wellington Dias e do presidente Lula.

Dizer que “a verdade irá vencer” não basta. O que o povo quer são provas, documentos e respostas concretas. Enquanto isso não acontecer, o cheiro de corrupção continuará pairando sobre o Ministério do Desenvolvimento Social e sobre o governo como um todo.

E o que fica para os brasileiros que dependiam dessas refeições? Faltou comida, mas sobrou "quentinha invisível".

Aguardamos, ministro, que o senhor esclareça os fatos de forma objetiva. O silêncio e a fuga das perguntas só aumentam a desconfiança da população.

Confira o vídeo:

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A NOTÍCIA E O FATO
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Sobre Douglas Ferreira é multimídia. Além de jornalista, é bacharel em Direito. Foi repórter da TV Clube, afiliada da Rede Globo, por 10 anos e, em Caxias, no Maranhão, apresentou o programa “Fala Caxias”. Fundou e dirigiu por seis anos a Folha do Cocais. Foi secretário de Comunicação da Prefeitura de Caxias e retornou a Teresina como âncora da TV Meio Norte. Por 20 anos, reportou e apresentou na TV Antena 10, afiliada da Record. Também foi assessor de imprensa do Tribunal de Justiça do Piauí e passou por rádios e pelos maiores portais do Estado. Sua vida é o jornalismo. No Sistema Move de Comunicação, foi editor do Portal Move Notícias e apresentador do Business Cast, do canal movetvweb no YouTube. Agora, está à frente do Gazeta Hora1.
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