Como faço todo mês, fui às compras nesta terça-feira, 11 de fevereiro. Mas, dessa vez, não fui apenas com uma lista em mãos, e sim com o coração preparado para enfrentar o impacto brutal da inflação sobre meu salário. O resultado? Frustração. Em qualquer mercado, seja a vendinha da esquina ou uma grande rede, os preços estão impraticáveis. O cenário é o mesmo: prateleiras lotadas, mas carrinhos vazios.
Quem tem criança em casa, que esqueça os iogurtes e o achocolatado. Os preços dobraram ou, pior, foram maquiados com a redução do volume ou peso dos produtos, enquanto os rótulos permanecem iguais. É a chamada inflação disfarçada, que corrói o poder de compra a conta-gotas.
A famosa picanha, símbolo da promessa eleitoral de um governo que se dizia voltado para os pobres, virou artigo de luxo. Em 2022, a versão argentina custava R$ 81,10 por quilo, corrigida pela inflação. Hoje, no governo Lula III, chega a R$ 189,99/kg, em média. Quem pode pagar? Certamente não é o trabalhador.
Nem a picanha nacional escapa: a peça de 1,2 kg já beira os R$ 100. Diante desse cenário, quem ousa fazer um churrasco? A solução, segundo o próprio presidente, seria substituir a carne por abóbora. O problema? A abóbora também ficou mais cara. O preço disparou 43% no último mês. E o ovo, alternativa sempre usada quando a carne some da mesa, teve alta de 40%, ultrapassando os R$ 24 por cartela com 30 unidades. Em breve, um único ovo custará R$ 1.
Enquanto os preços dos alimentos disparam e os brasileiros sentem o peso da inflação na pele, o presidente Lula sugere uma solução simplista e absurda: “Se o produto estiver caro, não compre”. A lógica, segundo ele, forçaria os empresários a reduzirem os preços. Mas, se esse raciocínio fosse válido, poderíamos deixar de pagar água, luz, impostos e esperar que o governo reduzisse os valores. Será que funcionaria?
A verdade é que o governo Lula III não só falhou em conter a inflação e por conseguinte os juros, como parece incapaz de assumir a responsabilidade pelo desastre econômico. O Ministério da Economia se mostra inerte diante da crise, e as promessas de campanha se desmancham no ar. Afinal, há um plano real para reverter essa situação ou tudo não passa de improviso e descaso?
Os números do IBGE não mentem: 70% dos alimentos monitorados pelo instituto tiveram aumento em janeiro. Itens básicos, como pepino (38%), cenoura (36%), tomate (20%) e até o café (8,6%) registraram altas alarmantes. Nem a mortadela escapou: subiu 0,9%.
O brasileiro que vai ao mercado hoje não volta para casa com as compras do mês. No máximo, traz algumas sacolinhas e um peso ainda maior no coração: o peso da decepção, da frustração e da incerteza sobre o futuro. Afinal, até quando a população será obrigada a pagar essa conta enquanto o governo finge que nada está acontecendo?
O pior governo não é aquele que perde o controle da inflação, mas o que perde o tato e o 'contato com a realidade'. É um governo indiferente, que se fecha numa redoma e se desconecta do mundo. 'Imperialzinho', como o que estamos vivenciando hoje no Brasil.
Mín. 23° Máx. 32°