O Escritório de Orçamento do Congresso dos Estados Unidos (CBO, na sigla em inglês) divulgou um relatório alertando que, até 2033, o número de mortes no país superará o de nascimentos. O estudo destaca que essa projeção foi antecipada em sete anos em relação ao relatório de 2023, que previa essa mudança para 2040. Entre os principais fatores que influenciam essa tendência estão a queda na imigração e a redução da taxa de natalidade.
O levantamento aponta que a diminuição da imigração, acentuada por políticas mais rígidas do governo Donald Trump contra estrangeiros ilegais, pode levar a uma população americana mais envelhecida e reduzida até 2054. O impacto será direto na economia, pois o crescimento populacional está atrelado à força de trabalho disponível, que, por sua vez, influencia a arrecadação de impostos e a competitividade dos EUA em relação a outras potências, como a China.
Além da menor entrada de imigrantes, a queda na taxa de fertilidade é um fator determinante para essa mudança demográfica. O CBO projeta que a média de filhos por mulher passará de 1,7 para 1,6 até 2054, abaixo do índice necessário para a reposição da população. Mulheres com menos de 30 anos devem reduzir ainda mais a taxa de fertilidade, de 0,79 nascimento por mulher para 0,62 até 2055.
O relatório prevê que o crescimento populacional anual dos EUA cairá para apenas 0,02% nas próximas três décadas, um número significativamente inferior à média de 0,9% registrada entre 1975 e 2024. A projeção, no entanto, não é definitiva, pois pequenas variações ao longo do tempo podem impactar a tendência demográfica do país.
Diante desse cenário, políticas pró-natalidade ganharam força no debate político. Durante a Marcha pela Vida, evento anual realizado em Washington, o presidente Donald Trump e seu vice, J.D. Vance, defenderam medidas para incentivar o crescimento populacional. Trump afirmou que seu segundo mandato será voltado para a defesa das famílias e contra políticas consideradas radicais dos democratas.
O vice-presidente Vance foi ainda mais enfático ao criticar o que chamou de “cultura de individualismo radical”, reforçando a necessidade de mais nascimentos nos EUA. “Quero mais bebês nos Estados Unidos da América. Quero mais crianças felizes em nosso país e quero jovens preparados para recebê-los e criá-los”, declarou durante o evento.
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