A novela envolvendo o empresário Junno Pinheiro e o promotor de justiça Maurício Verdejo, flagrado pela Polícia Federal recebendo parte de uma propina de R$ 3 milhões, parece chegar ao fim — pelo menos para o empresário. O Tribunal de Justiça do Piauí confirmou a liminar concedida pelo desembargador Sebastião Ribeiro Martins e determinou o trancamento da investigação contra Junno Pinheiro, encerrando oficialmente o caso.
O procedimento investigatório contra Junno Pinheiro foi instaurado por Maurício Verdejo, que posteriormente foi afastado do cargo após ser alvo da Polícia Federal. O promotor é acusado de cobrar uma propina milionária para arquivar uma investigação sobre um contrato firmado entre a Fundação Estatal Piauiense de Serviços Hospitalares (Fepiserh) e a empresa Central de Laudos e Serviços Ltda., pertencente a Junno Pinheiro e sua esposa, Denyse Carvalho. O contrato envolvia a locação de equipamentos médico-hospitalares para o Hospital Regional Justino Luz, em Picos.
A defesa de Junno argumentou que não havia justa causa para a continuidade da investigação, ressaltando que o próprio Ministério Público Estadual acompanhou e fiscalizou o procedimento de dispensa de licitação, sem encontrar irregularidades. O caso foi arquivado em maio de 2022.
Na sessão do dia 29 de janeiro, a 1ª Câmara Especializada Criminal do Tribunal de Justiça do Piauí decidiu, por unanimidade, trancar a investigação, aceitando o argumento da defesa sobre o excesso de prazo e a falta de provas. O Ministério Público, no entanto, havia se posicionado contra o habeas corpus, argumentando que a complexidade do caso justificava a extensão do prazo investigativo.
Enquanto Junno Pinheiro sai oficialmente do caso, a situação do promotor Maurício Verdejo permanece complicada. Ele continua afastado do cargo e sob investigação por corrupção. A Polícia Federal segue apurando seu envolvimento na solicitação de propina, o que pode levar a novas ações penais contra ele.
Com o arquivamento do caso de Junno, o foco agora recai sobre Verdejo, cuja atuação no Ministério Público do Piauí está sob forte escrutínio.
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