O Congresso Nacional passa por uma importante troca de comando neste sábado (1º/2), com a eleição dos novos presidentes da Câmara e do Senado. Os favoritos, Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), contam com amplo apoio que vai do PL ao PT. Mas o que essa mudança representa para o governo Lula e a oposição?
A transição pode mudar a dinâmica de poder dentro do Legislativo. No Senado, a oposição aposta que terá mais espaço e influência sob o comando de Alcolumbre, algo que não aconteceu com Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Já na Câmara, a expectativa do governo é que a relação com o Parlamento melhore, pois Motta tem perfil conciliador e mantém boa relação com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.
Entre as pautas prioritárias do Planalto estão a reforma da renda – que inclui o aumento da isenção do Imposto de Renda para R$ 5 mil – e medidas econômicas para reverter a queda de popularidade de Lula.
A oposição, por sua vez, pressiona pela tramitação da anistia dos presos pelos atos de 8 de janeiro, além de projetos para criminalizar todas as drogas e endurecer regras sobre aborto. Outro foco é conter o Supremo Tribunal Federal (STF), com propostas que limitam seus poderes.
A eleição de Alcolumbre pode beneficiar a oposição, que agora deve ocupar postos estratégicos, como a vice-presidência do Senado e comissões relevantes. O senador do Amapá tem um perfil independente, o que pode tornar o cenário menos previsível para o governo. Apesar disso, o Planalto acredita que ele não será um fator de crise.
Na Câmara, Hugo Motta é visto como um político do diálogo. Seu mandato pode reduzir a tensão entre governo e Congresso, especialmente após a relação desgastada entre Arthur Lira e Alexandre Padilha. No entanto, o equilíbrio entre PT e PL na Casa pode gerar embates em temas sensíveis, como a anistia aos bolsonaristas.
Embora Alcolumbre e Motta sejam favoritos, surpresas não estão descartadas. A disputa pelo Senado pode ter reviravoltas de última hora, e na Câmara, o peso do Centrão pode influenciar negociações inesperadas.
O novo comando do Congresso definirá o rumo do governo Lula e os espaços de influência da oposição nos próximos dois anos.
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