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Meta paga US$ 25 milhões para encerrar processo de Trump, mas impasse sobre censura continua

Meta paga US$ 25 milhões para encerrar processo de Trump, mas impasse sobre censura continua

31/01/2025 às 11h25
Por: Douglas Ferreira Fonte: Com informações Exame
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Decisão da Meta reforça a tese de submissão da empresa à pressão politica - Foto: Reprodução
Decisão da Meta reforça a tese de submissão da empresa à pressão politica - Foto: Reprodução

 

A Meta, controladora do Facebook, Instagram e WhatsApp, concordou em pagar US$ 25 milhões para encerrar um processo movido pelo ex-presidente Donald Trump e outros usuários que alegavam ter sido ilegalmente banidos da plataforma a mando do governo dos Estados Unidos. O acordo, revelado pelo Wall Street Journal, põe fim a uma disputa judicial, mas não responde à questão central: a gigante da tecnologia promoveu censura política?

Censura ou moderação? O caso Trump e a sombra da interferência governamental

O processo de Trump contra a Meta remonta a janeiro de 2021, quando sua conta no Facebook foi suspensa após a invasão do Capitólio. O argumento central da ação era que a exclusão de seu perfil – e de outros usuários – ocorreu não por violação das políticas da plataforma, mas por pressão do governo dos EUA.

A acusação levanta um dilema: até que ponto as big techs têm autonomia para decidir quem pode ou não permanecer em suas redes? E, mais importante, houve interferência estatal para silenciar determinadas vozes?

Acordo milionário: quem ganha e quem perde?

O advogado de Trump, John Coale, revelou que o acordo foi selado após uma negociação direta entre o CEO da Meta, Mark Zuckerberg, e o presidente dos EUA. Do montante total, US$ 22 milhões irão para o fundo de construção da biblioteca presidencial de Trump, enquanto os US$ 3 milhões restantes serão divididos entre quatro outros autores do processo.

Mas e os demais usuários que também tiveram suas contas suspensas? Apesar do ex-presidente ter se posicionado como representante de todos os banidos, a ação não foi configurada como coletiva. Isso significa que milhões de pessoas que perderam acesso às redes sociais da Meta por razões políticas não receberão qualquer indenização ou revisão de suas contas.

Big Techs e Trump: relações estremecidas e aproximação estratégica

Além da Meta, Trump também processou o X (antigo Twitter) e o Google. No caso do X, a ação foi rejeitada por um tribunal de São Francisco, mas ainda aguarda revisão. Já o processo contra o Google segue sem definição.

Curiosamente, a Meta tem adotado medidas que indicam uma reaproximação com Trump. A empresa anunciou recentemente o fim da checagem de fatos feita por terceiros, além de ter doado US$ 1 milhão para o fundo da posse presidencial do ex-presidente e nomeado o lobista republicano Joel Kaplan para liderar sua equipe de políticas públicas.

Outras gigantes da mídia também estão optando por acordos financeiros em vez de seguir com embates judiciais contra Trump. Em dezembro, a ABC News concordou em pagar US$ 15 milhões para encerrar um processo por difamação. A CBS, por sua vez, estaria negociando um acerto para evitar novas disputas envolvendo a edição de uma entrevista da vice-presidente Kamala Harris.

O que fica para os usuários?

O pagamento milionário da Meta resolve a questão para Trump, mas deixa em aberto o debate sobre censura e liberdade de expressão nas redes sociais. O caso evidencia um problema recorrente: a falta de transparência das plataformas ao decidir quem pode ou não ter voz no ambiente digital. Se, de fato, houve influência do governo dos EUA para silenciar adversários políticos, a situação é ainda mais grave e reforça a necessidade de regulamentação e fiscalização dessas empresas.

O episódio escancara a dualidade das big techs, que oscilam entre o poder de regular discursos e a submissão a interesses políticos. No fim, a conta da censura pode ser bilionária para as empresas, mas os maiores prejudicados continuam sendo os usuários comuns, cujas vozes podem ser silenciadas sem explicação – e sem indenização.

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A NOTÍCIA E O FATO
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Sobre Douglas Ferreira é multimídia. Além de jornalista, é bacharel em Direito. Foi repórter da TV Clube, afiliada da Rede Globo, por 10 anos e, em Caxias, no Maranhão, apresentou o programa “Fala Caxias”. Fundou e dirigiu por seis anos a Folha do Cocais. Foi secretário de Comunicação da Prefeitura de Caxias e retornou a Teresina como âncora da TV Meio Norte. Por 20 anos, reportou e apresentou na TV Antena 10, afiliada da Record. Também foi assessor de imprensa do Tribunal de Justiça do Piauí e passou por rádios e pelos maiores portais do Estado. Sua vida é o jornalismo. No Sistema Move de Comunicação, foi editor do Portal Move Notícias e apresentador do Business Cast, do canal movetvweb no YouTube. Agora, está à frente do Gazeta Hora1.
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