A Azul Linhas Aéreas anunciou, na terça-feira (28), um plano de reestruturação financeira que reduzirá R$ 11 bilhões em dívidas e garantirá a captação de R$ 3,1 bilhões em novos recursos. Como parte da estratégia, a companhia converteu R$ 3,3 bilhões de débitos em 94 milhões de ações preferenciais (AZUL4) e renegociou R$ 4,6 bilhões em compromissos financeiros com vencimentos para 2029 e 2030.
A medida ocorre em meio a desafios enfrentados pela empresa desde 2024, incluindo o aumento do custo do querosene, a desvalorização do real e dificuldades na cadeia de suprimentos. Além disso, as operações da Azul foram impactadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul. O presidente da companhia, John Rodgerson, afirmou que a reestruturação tornará a empresa mais sólida, permitindo reforço no balanço financeiro e um fluxo de caixa adicional de R$ 1,8 bilhão até 2027.
Além da reestruturação, a Azul planeja expandir sua malha aérea com a entrega de 15 novos jatos Embraer E2 ao longo de 2025. A expectativa é de que a iniciativa contribua para aumentar a capacidade de atendimento e o acesso ao transporte aéreo no Brasil. A empresa também projeta reduzir sua alavancagem em 1,4 vez, considerando os números do terceiro trimestre de 2024.
Paralelamente, Azul e Gol iniciaram negociações para uma possível fusão, o que levanta debates sobre impactos econômicos e regulatórios. A operação dependerá da conclusão da recuperação judicial da Gol, prevista para abril de 2025, e da aprovação do Cade e da Anac. Caso a fusão seja concretizada, a nova companhia terá cerca de 60% do mercado doméstico e quase 100 rotas, aumentando preocupações sobre a formação de um duopólio na aviação brasileira.
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