Na primeira reunião sob a gestão de Gabriel Galípolo, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a taxa básica de juros em um ponto percentual, levando a Selic de 12,25% para 13,25% ao ano. A decisão, amplamente antecipada pelo mercado, reflete a necessidade de conter uma inflação persistente e a deterioração das expectativas econômicas.
O que motivou o aumento?
O Banco Central justificou a decisão citando a resiliência da atividade econômica, pressões inflacionárias no mercado de trabalho e o aumento das projeções de inflação. A autoridade monetária também sinalizou que um novo ajuste da mesma magnitude pode ocorrer na próxima reunião, reforçando a postura contracionista da política monetária.
Impactos na economia e no bolso dos brasileiros
O aumento da Selic torna o crédito mais caro, dificultando financiamentos para empresas e consumidores. Setores como construção civil e comércio devem sentir os efeitos da desaceleração do consumo, enquanto o governo enfrentará maior custo para rolar a dívida pública. Por outro lado, a elevação dos juros pode atrair capital estrangeiro e conter a desvalorização do real.
Narrativa política: quem será o culpado agora?
A decisão coloca o governo Lula em uma posição desconfortável. Durante o primeiro ano de mandato, o presidente e aliados apontavam o então presidente do BC, Roberto Campos Neto, como responsável pelos juros elevados. Agora, com Gabriel Galípolo no comando da autarquia, o governo pode recorrer a justificativas como o cenário externo adverso ou dificuldades herdadas da gestão anterior.
Enquanto o mercado vê coerência na decisão do BC, o debate político deve se acirrar, com a esquerda tentando minimizar os impactos da alta dos juros e a oposição cobrando coerência no discurso do governo.
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