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Saúde ERRO MÉDICO

Acredite se quiser: mulher entra para laqueadura e sai sem perna e com novo coração

Duplo erro médico transforma cirurgia de rotina em pesadelo para mãe de duas crianças; família denuncia silêncio da clínica e cobra justiça

06/07/2025 às 15h40
Por: Douglas Ferreira
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Alison Calfunao só desejava passar por uma laqueadura para não engravidar - Foto: Reprodução
Alison Calfunao só desejava passar por uma laqueadura para não engravidar - Foto: Reprodução

O que deveria ser um procedimento simples e programado se transformou em uma tragédia médica na Argentina. Alison Calfunao, moradora de Neuquén, na Patagônia, foi internada no dia 9 de junho para realizar uma laqueadura - cirurgia para impedir futuras gestações - e saiu do hospital sem uma das pernas e com um coração transplantado.

O caso, revelado pelo jornal argentino Clarín nesta quinta-feira, 3 de julho, choca pela gravidade e pelas perguntas sem resposta. Mãe de duas crianças - uma de 3 e outra de 7 anos -, Alison passou por um procedimento inicialmente considerado de baixo risco. No entanto, durante a cirurgia, ela sofreu duas paradas cardíacas que evoluíram para insuficiência cardíaca aguda.

Transferida às pressas para uma clínica especializada, Alison foi colocada em suporte básico de vida. Em seguida, desenvolveu uma infecção e um coágulo em um dos pés. Para priorizar sua inclusão na lista nacional de transplantes, foi necessária a amputação acima do joelho, segundo o jornal Río Negro.

O transplante de coração foi realizado em caráter emergencial.

Alison Calfunao antes da perna amputada e do coração novo - Foto: Reprodução

“Não recebemos uma única palavra da Clínica San Lucas. Nenhuma ligação. Nenhum pedido de desculpas. Nenhuma explicação. Nenhuma solidariedade. Nenhuma responsabilidade. Nada. O silêncio dói tanto quanto a ferida. Naquele dia, minha filha morreu. Ela morreu naquela sala de cirurgia. Seu coração foi despedaçado, sua perna foi amputada, seu corpo e sua vida mudaram para sempre”, desabafou a mãe de Alison, emocionada.

Até agora, a Clínica San Lucas não se manifestou publicamente sobre o ocorrido. Familiares exigem esclarecimentos sobre o que realmente aconteceu na sala de cirurgia e por que um procedimento ginecológico rotineiro acabou levando a medidas tão drásticas e irreversíveis.

Alison segue internada, recebendo tratamento físico e psicológico. A família também entrou com um processo judicial para responsabilizar os profissionais e a instituição envolvida.

Um caso que choca pela tragédia e pelo silêncio, e levanta a pergunta inevitável: erro médico ou negligência criminosa?

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