A revista britânica The Economist lançou um duro alerta na última quarta-feira (16): o excesso de poder concentrado nas mãos de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) pode representar uma ameaça à democracia brasileira. No centro das críticas está o ministro Alexandre de Moraes, apontado pela publicação como uma espécie de “superestrela” do Judiciário, símbolo de um protagonismo que, segundo a análise, precisa ser moderado.
A revista reconhece que, desde 2003, todos os presidentes brasileiros enfrentaram embates com a Justiça, como os casos de Dilma Rousseff, Lula e Jair Bolsonaro. No entanto, destaca que o atual problema é o avanço de magistrados sobre decisões políticas e sensíveis. Um dos principais pontos de tensão é o julgamento de Bolsonaro por uma turma do STF composta por ministros com vínculos com o governo Lula — o que, para a The Economist, reforça a percepção de que o Tribunal pode estar agindo politicamente.
A publicação critica ainda as decisões monocráticas e o amplo poder exercido por Moraes no combate a discursos considerados antidemocráticos nas redes sociais. Embora admita que o STF atua dentro da legalidade, o artigo aponta que o Judiciário pode estar se tornando um instrumento de impulsos “antiliberais” ao invés de defensor das liberdades individuais. Como solução, a revista sugere que o Congresso recupere o controle sobre a regulação da liberdade de expressão online, evitando uma crise de confiança generalizada nas instituições.
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