Desde que Rosângela da Silva, a Janja, assumiu o posto de primeira-dama ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sua presença tem sido constante na política nacional e internacional. No entanto, uma recente pesquisa do PoderData revelou um dado surpreendente: entre os brasileiros que dizem conhecer Janja, 50% desaprovam sua atuação no governo. Mas afinal, o que está por trás dessa rejeição?
Diferente das esposas de ex-presidentes que adotaram uma postura mais discreta, Janja tem se destacado por seu protagonismo no governo. Participa de reuniões estratégicas, acompanha Lula em viagens oficiais e até mesmo interfere na comunicação direta com o presidente, decidindo quem pode ou não falar com ele ao telefone. Essa postura ativa gerou críticas tanto entre os opositores quanto dentro da própria base governista, que vê com desconfiança sua influência nos bastidores.
Além disso, sua intensa agenda de viagens internacionais não passou despercebida. Desde o início do mandato de Lula, Janja já esteve presente em eventos como as Olimpíadas no Qatar, a Assembleia Geral da ONU e, mais recentemente, acompanha a equipe presidencial no Japão antes de seguir para a França. Para muitos brasileiros, essa visibilidade excessiva contrasta com a realidade do país, que enfrenta desafios econômicos e sociais.
A pesquisa do PoderData mostrou que a rejeição a Janja não se restringe apenas à oposição. Curiosamente, 55% dos eleitores de Lula no segundo turno de 2022 desaprovam sua atuação, um percentual até maior do que entre os apoiadores de Bolsonaro (45%).
Os números também revelam que a desaprovação é mais acentuada entre os eleitores do Norte (57%), entre aqueles com mais de 60 anos (53%) e entre brasileiros que ganham de 2 a 5 salários mínimos (53%). Já entre os jovens e eleitores de baixa renda, o nível de desconhecimento sobre Janja ainda é alto.
Outro fator que tem contribuído para as críticas é a falta de transparência sobre o papel de Janja no governo. Após cobranças da imprensa e da sociedade, ela chegou a divulgar sua agenda oficial no Instagram, mas pouco tempo depois apagou as publicações e fechou o perfil. A ausência de explicações concretas sobre sua influência dentro do governo apenas alimenta as especulações e aumenta a resistência da população.
Embora Janja não ocupe um cargo oficial, sua imagem está diretamente ligada à do presidente. A alta taxa de rejeição pode indicar um desgaste na percepção pública do governo, especialmente entre os próprios eleitores petistas. A proximidade com Lula, em vez de fortalecer sua aceitação popular, parece estar jogando contra a primeira-dama, transformando-a em alvo de críticas dentro e fora do campo político.
Diante desse cenário, fica a dúvida: Lula e Janja compreendem o impacto dessa rejeição? Até que ponto a postura da primeira-dama pode influenciar a avaliação do governo? Se a desaprovação continuar crescendo, o Planalto terá que decidir se manterá sua atuação de forma intensa ou se recuará para evitar mais desgastes.
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