A Santa Maria da Codipi, na zona norte de Teresina, segue mergulhada no caos imposto pelo crime organizado. Dominada pela facção Bonde dos 40, a região se tornou cenário de execuções brutais, marcadas pela crueldade contra desafetos e até mesmo contra integrantes considerados traidores, em "tribunais do crime". No último fim de semana, a criminalidade fez mais duas vítimas, e a polícia já investiga se os homicídios estão ligados à guerra entre facções.
Os assassinatos ocorreram na tarde de domingo (16), com poucas horas de diferença. A primeira vítima, identificada como “Puff”, foi executada a tiros no Residencial Dilma Rousseff. Moradores relataram ter ouvido vários disparos antes de encontrarem o corpo e acionarem a polícia. Os criminosos fugiram sem deixar rastros.
Pouco depois, na Rua Rondina, também na Santa Maria da Codipi, Igor da Costa Vieira, de 26 anos, foi assassinado a tiros por indivíduos que chegaram em duas motocicletas. Durante o ataque, uma segunda vítima, Jardelson Oliveira, foi baleada no tórax, mas sobreviveu. Socorrido por populares, ele foi encaminhado ao Hospital Mariano Castelo Branco e, posteriormente, transferido para o Hospital de Urgência de Teresina (HUT), onde segue internado.
A polícia trabalha com a hipótese de que os crimes possam estar relacionados. O delegado Robert Lavor, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), afirmou que um dos executados já havia sido alvo de operações policiais e possuía envolvimento com organizações criminosas.
"Os crimes ocorreram na mesma região e em horários próximos, então estamos investigando se há uma conexão entre eles. A motivação mais provável é a disputa entre facções criminosas", declarou o delegado.
A polícia pretende ouvir Jardelson assim que seu estado de saúde permitir. O sobrevivente pode fornecer detalhes cruciais, como o número de atiradores, os veículos utilizados na fuga e até a possível motivação dos crimes.
Enquanto isso, a Santa Maria da Codipi segue refém do terror imposto pelas facções criminosas. Assassinatos, sequestros e torturas viraram rotina, e a cada nova execução, cresce o clima de medo entre os moradores, que se veem sem proteção diante da violência desenfreada.
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