A futurista norte-americana Amy Webb lançou, neste sábado (8), a 18ª edição do Tech Trends Report, relatório anual sobre tendências tecnológicas. Apresentado durante o SXSW 2025 — um dos maiores eventos globais de inovação, tecnologia e cultura — o documento aponta um avanço silencioso, porém significativo, na convergência entre sensores avançados e biotecnologia. Essa união está moldando o que Webb chama de “inteligência viva”: sistemas capazes de sentir, aprender, se adaptar e evoluir de forma autônoma, transformando radicalmente a interação entre humanos e máquinas.
Segundo Webb, essa nova era tecnológica provocará um ciclo exponencial de inovação. A “inteligência viva”, como ela define, atuará como catalisadora de tecnologias até então estagnadas, como a computação quântica e a robótica. “As decisões que tomarmos nos próximos cinco anos determinarão o destino de longo prazo da civilização humana”, alertou a pesquisadora, destacando o papel decisivo do presente na construção do futuro.
Para além da inovação prática, Webb ressalta o impacto filosófico e existencial das transformações tecnológicas. “Estamos construindo sistemas que podem reprogramar a biologia, remodelar a matéria no nível atômico e processar informações de maneiras que desafiam a física clássica”, afirmou. Na visão da futurista, essas mudanças não apenas afetam o modo como vivemos e trabalhamos, mas também redefinem o próprio conceito de ser humano.
O relatório deste ano possui cerca de 1.000 páginas, distribuídas em 15 volumes com centenas de tendências. Entre os destaques, estão as 10 principais conclusões do documento:
1. A inteligência viva funde vários aspectos da IA (inteligência artificial), convergindo sensores e biotecnologia em sistemas que pensam, se adaptam e evoluem além do nosso alcance;
2. Os modelos de ação eclipsam os modelos de linguagem à medida que a IA muda de falar para fazer, remodelando a fronteira da automação;
3. Os robôs começarão a sair dos chãos de fábrica, pois a tecnologia avançada permite a adaptabilidade no mundo real;
4. Agentes de sistemas de IA passam a definir seus próprios objetivos e executam decisões complexas, aumentando a expertise humana;
5. Os metamateriais reescrevem os limites físicos, à medida que as substâncias projetadas transformam a forma como construímos o nosso mundo;
6. Gigantes da tecnologia criam alianças improváveis à medida que as demandas da IA forçam antigos rivais a compartilhar poder de computação e dados;
7. A crise climática estimula a inovação rápida enquanto eventos climáticos extremos aceleram a adoção de tecnologia de última geração;
8. A energia nuclear ressurge e o apetite energético da IA leva os gigantes da tecnologia a investir pesadamente em pequenos reatores modulares;
9. A computação quântica alcança um marco importante ao passo que os avanços na correção de erros abrem caminho para aplicações práticas;
10. A iniciativa privada coloniza o espaço cislunar, dando origem a uma economia entre a Terra e a Lua que pode transformar o comércio.
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