Nesta segunda-feira (10), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) dará posse a Gleisi Hoffmann como ministra da Secretaria de Relações Institucionais e a Alexandre Padilha como ministro da Saúde, consolidando mais uma etapa da reforma ministerial que vinha sendo especulada há semanas. A cerimônia está marcada para as 15h no Palácio do Planalto, em Brasília.
A nomeação de Gleisi para a articulação política gerou controvérsias tanto dentro quanto fora do governo. A decisão do presidente, no entanto, se mostrou inabalável, frustrando o Centrão, que vinha negociando a vaga. Até então, Gleisi era cotada para assumir a Secretaria-Geral da Presidência, mas Lula optou por colocá-la no lugar de Padilha, que, por sua vez, retorna ao Ministério da Saúde, cargo que ocupou entre 2011 e 2014, durante o governo Dilma Rousseff.
Padilha enfrentou dificuldades à frente da Secretaria de Relações Institucionais, sendo alvo de críticas pelo relacionamento desgastado com o Congresso. Agora, ao reassumir a Saúde, ele substitui Nísia Trindade, dispensada no fim de fevereiro.
Para assumir a nova função, Gleisi Hoffmann se afastou da presidência nacional do PT na última sexta-feira (7), deixando o comando do partido para o senador Humberto Costa (PT-PE), que cumprirá um mandato-tampão de quatro meses.
Desde o início do terceiro mandato de Lula, essa será a oitava mudança no primeiro escalão. Três delas foram realizadas para ampliar a participação do Centrão na Esplanada dos Ministérios, garantindo maior apoio no Congresso. Entre essas alterações, destacam-se a substituição de Daniela Carneiro por Celso Sabino no Turismo, Ana Moser por André Fufuca no Esporte e Márcio França por Silvio Costa Filho em Portos e Aeroportos.
Outras mudanças ocorreram para conter crises, como a troca no Gabinete de Segurança Institucional (GSI) após os atos de 8 de janeiro e no Ministério dos Direitos Humanos, em meio a denúncias de assédio contra Silvio Almeida.
Houve ainda mudanças estratégicas, como a nomeação de Ricardo Lewandowski para a Justiça e Segurança Pública, após Flávio Dino ser indicado ao Supremo Tribunal Federal (STF), e a substituição de Paulo Pimenta por Sidônio Palmeira na Secretaria de Comunicação Social, em uma tentativa de melhorar a imagem do governo.
A posse de Gleisi e Padilha ocorre em um momento delicado para Lula, que enfrenta desgastes políticos e desafios na relação com o Congresso. Resta saber se essas mudanças fortalecerão a articulação do governo ou se ampliarão as dificuldades na base aliada.
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