O ex-presidente Jair Bolsonaro voltou a se manifestar sobre política internacional ao sair em defesa de Donald Trump, após críticas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, às tarifas impostas pelo ex-presidente americano a países exportadores.
Em uma postagem no X (antigo Twitter), Bolsonaro rebateu Haddad, dizendo que Trump está taxando outros países, e não o próprio povo, ao contrário do que o ministro teria sugerido. Ele ainda alfinetou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sugerindo que marcasse uma reunião com Trump e Elon Musk para discutir tarifas comerciais, o Hamas e os 37 acordos firmados com a China.
No mesmo post, Bolsonaro também criticou o governo Lula pelo retorno da exigência de visto para turistas americanos, uma decisão que, segundo ele, fará o Brasil perder milhares de visitantes e milhões de dólares.
O nome da primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, surgiu na discussão porque Bolsonaro resgatou uma declaração equivocada dela sobre a taxação de compras internacionais abaixo de 50 dólares. Janja havia afirmado que a cobrança recairia sobre as empresas, e não sobre os consumidores, o que foi prontamente desmentido por especialistas e até por empresas como Shein e Shopee, que explicaram que a taxa, na prática, afeta diretamente os compradores.
A “taxação das blusinhas”, como ficou conhecida, foi apontada como um dos fatores que contribuíram para a queda de popularidade de Lula em pesquisas recentes.
O ponto central da crítica de Bolsonaro a Haddad está na política comercial de Trump. O ex-presidente americano defende a taxação de produtos importados para fortalecer a produção nacional, mas, na prática, o custo das tarifas é repassado ao consumidor final.
Assim como no caso da Shein no Brasil, a taxação de produtos importados nos EUA pode acabar tornando bens estrangeiros mais caros para os americanos, contrariando a tese de que apenas as empresas seriam impactadas.
A troca de farpas entre Bolsonaro, Haddad e Lula evidencia como a política econômica e comercial se tornou mais um campo de disputa entre governo e oposição, com críticas ácidas, ironias e uso estratégico das redes sociais para mobilizar apoiadores.
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