Desde o dia 4 de fevereiro, a capoeira é oficialmente Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial do Piauí. O reconhecimento foi estabelecido pela Lei nº 8.596/2025, publicada no Diário Oficial do Estado, e abrange todas as modalidades dessa expressão cultural, reforçando sua importância histórica e cultural para a população piauiense.
Por se tratar de um patrimônio imaterial, a lei considera não apenas a prática da capoeira, mas também sua tradição de ensino, técnicas desenvolvidas ao longo do tempo, expressões musicais e cênicas, além da transmissão de conhecimento de geração em geração. Para o professor de capoeira Daniel Ferreira, o reconhecimento fortalece a modalidade e amplia seu prestígio na sociedade. “Muitas pessoas ainda não conhecem a história da capoeira, mas essa decisão traz benefícios para os praticantes e professores que vivem desse ofício”, afirmou.
A capoeira chegou ao Piauí mais tarde do que em outros estados do Nordeste. Segundo os pesquisadores Celso de Brito, da Universidade Federal do Piauí (UFPI), e Robson da Silva, da Universidade Estadual do Piauí (Uespi), a prática começou a se consolidar no estado entre as décadas de 1970 e 1980, após piauienses terem contato com a modalidade em outras regiões do país. Esse período marcou o surgimento das primeiras grandes linhagens de capoeira em Teresina.
Atualmente, a capoeira piauiense passa por um processo de maior articulação política e aproximação entre diferentes grupos. Três principais forças representam a prática no estado: a Federação Piauiense de Capoeira (FPC), a Federação de Capoeira do Piauí (Fecapi) e o Coletivo de Capoeira do Piauí, que busca fortalecer o diálogo entre as linhagens e garantir maior reconhecimento da modalidade.
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