O cenário político mineiro perdeu, na madrugada deste domingo (2), uma de suas figuras mais emblemáticas e controversas. Newton Cardoso, ex-governador de Minas Gerais e conhecido por seu estilo franco e muitas vezes explosivo, faleceu aos 86 anos em Belo Horizonte.
A notícia foi confirmada por seu filho, o deputado federal Newton Cardoso Jr. (MDB/MG), que, em nota nas redes sociais, descreveu o pai como um “trator” na política e um homem dedicado ao povo mineiro.
Nascido em Brumado, na Bahia, mas com carreira consolidada em Minas Gerais, Cardoso governou o Estado entre 1987 e 1991. Antes disso, foi prefeito de Contagem por três mandatos e exerceu três mandatos como deputado federal. Sua trajetória política esteve marcada por obras volumosas, decisões ousadas e uma postura que gerava tanto admiração quanto críticas ferrenhas.
Fundador do MDB em Minas Gerais, manteve-se fiel à legenda ao longo da vida pública. Durante seu governo, priorizou a construção de estradas, habitações e infraestrutura, mas também acumulou acusações de irregularidades e suspeitas de corrupção, tornando-se uma figura tão temida quanto respeitada nos bastidores do poder.
Dono de frases ácidas e declarações emblemáticas, 'Newtão' não tinha medo de desafiar adversários e expor suas opiniões sem rodeios. Em um Brasil marcado por sucessivos escândalos políticos, ele não hesitava em provocar e se posicionar de forma incisiva, o que lhe rendeu tanto aliados leais quanto opositores implacáveis.
Seu legado, como o próprio ex-governador, está longe de ser unanimidade. Para alguns, ele foi um realizador incansável, que fez Minas avançar em infraestrutura. Para outros, personificou os vícios da política tradicional, com alianças questionáveis e métodos controversos.
Com sua morte, encerra-se o ciclo de um político que jamais passou despercebido. O "trator" mineiro sai de cena, mas as marcas de sua passagem seguem vivas na memória de Minas Gerais.
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