Hugo Motta (Republicanos-PB) foi eleito presidente da Câmara dos Deputados com 444 votos, sucedendo Arthur Lira (PP-AL). A vitória contou com o apoio tanto do PT, partido do presidente Lula, quanto do PL, legenda de Jair Bolsonaro. Lira, que deixa o cargo após dois mandatos, afirmou que agora volta a ser um “soldado do Parlamento”.
Na disputa final, Motta enfrentou apenas Marcel Van Hattem (Novo) e o Pastor Henrique Vieira (PSOL), cujas candidaturas tiveram caráter simbólico. Van Hattem recebeu 31 votos, enquanto Vieira obteve 22. O novo presidente da Câmara será o mais jovem a ocupar o cargo.
Apesar da ampla margem na eleição, Motta enfrentou resistência no ano passado de partidos como PSD e União Brasil, que tentaram viabilizar suas próprias candidaturas. Antonio Brito (PSD) e Elmar Nascimento (União) chegaram a lançar pré-candidaturas, mas não conseguiram apoio suficiente. Brito era visto como conciliador, mas sem força para enfrentar o Planalto, enquanto Elmar tinha um perfil próximo ao de Lira, mas não era unanimidade entre os deputados.
Ligado ao grupo do ex-deputado Eduardo Cunha (Republicanos-RJ), Motta faz parte do novo Centrão, consolidado a partir de 2013. Durante os últimos quatro anos, ele foi um dos principais aliados de Lira na condução da Casa. Em seu discurso de posse, pregou humildade e afirmou que será um “deputado presidente, e não um presidente deputado”, ressaltando que sua gestão buscará equilíbrio e diálogo.
Os adversários também se manifestaram após a eleição. Marcel Van Hattem fez críticas ao alinhamento de Motta com o governo e questionou se o novo presidente pautaria um processo de impeachment contra Lula. “O fato de ser apoiado pelo PT, pelo próprio Lula e pelo Partido Comunista do Brasil impedirá que faça o que é correto de acordo com a vontade do povo brasileiro?”, provocou o deputado do Novo.
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