O corpo da publicitária Juliana Marins, de 26 anos, que morreu durante uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia, chegou ao Brasil na noite desta terça-feira (1º), em um voo da Força Aérea Brasileira (FAB). Após ser transportado de Bali para Dubai e, em seguida, para São Paulo pela companhia Emirates, o corpo foi levado ao Rio de Janeiro, onde será submetido a uma nova autópsia nesta quarta-feira (2), no Instituto Médico Legal (IML) Afrânio Peixoto, no Centro da cidade.
A nova perícia foi autorizada pela Justiça Federal após pedido da Defensoria Pública da União (DPU) e da família da jovem. O objetivo é esclarecer o horário da morte e apurar se houve negligência no socorro prestado pelas autoridades indonésias. A decisão judicial prevê a presença de um perito da Polícia Federal e de um representante da família durante o procedimento. Segundo o pai da jovem, Manoel Marins, a chegada do corpo representa um alívio diante do sofrimento prolongado: “Agora vamos poder dar a esse infortúnio um encerramento digno”.
A primeira autópsia foi realizada na Indonésia e apontou trauma contuso como causa da morte, com múltiplas fraturas, lesões internas e hemorragia. No entanto, há dúvidas sobre a linha do tempo dos acontecimentos. Imagens gravadas por turistas mostram Juliana ainda com sinais de vida cerca de três horas após a queda, o que contrasta com a estimativa de morte em até 20 minutos após o impacto. A ausência de informações conclusivas na certidão de óbito emitida pela Embaixada do Brasil em Jacarta também motivou o pedido de nova perícia.
A família enfrentou dificuldades na repatriação do corpo, relatando falhas de comunicação com a companhia aérea e atrasos no traslado. Mariana Marins, irmã da vítima, usou as redes sociais para denunciar o problema e criticar a Emirates por não ter embarcado o corpo no voo inicialmente previsto. O pai de Juliana afirmou que a demora acentuou ainda mais a dor da família, já abalada pela tragédia e pela incerteza sobre as circunstâncias da morte.
Juliana Marins estava em uma viagem de mochilão pela Ásia e caiu durante uma trilha no vulcão Rinjani, em 21 de junho. O corpo só foi resgatado quatro dias depois. A nova autópsia poderá determinar se houve omissão de socorro e esclarecer informações conflitantes sobre o momento e as causas da morte. A família espera que a análise detalhada ajude a trazer respostas e a honrar a memória da jovem, lembrada por sua alegria, espírito aventureiro e engajamento em causas sociais.
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