Na República Federativa do Brasil, a tragédia não tem um só autor. O governo é, sim, perdulário e voraz por impostos - mas o Congresso e o Judiciário fazem parte ativa do roteiro macabro que consome o suor do povo e entope a máquina pública. O drama da gastança nacional é tripartite, e todos os Poderes têm sangue no sistema.
Enquanto o governo Lula 3 segue firme na missão de arrecadar mais e mais - aumentando tributos, taxando até aplicativos de entrega e respirando alívio fiscal em cima da classe média - o Congresso Nacional dá mostras de que não quer ficar para trás na farra do dinheiro público. E mais uma vez perdeu a chance de dar o exemplo.
Congresso infla o fundo partidário e debocha da crise
Na calada da noite, deputados e senadores derrubaram o veto do presidente Lula e, com isso, aumentaram o já inchado Fundo Partidário em mais R$ 164 milhões. O valor destinado aos partidos passa de R$ 1,2 bilhão para R$ 1,368 bilhão - sim, bilhões. Em meio a discursos inflamados contra impostos, o Congresso presenteia a si mesmo com recursos públicos para fazer campanha em 2026.
Os principais beneficiados? Os dois maiores polos da política nacional: o PL de Jair Bolsonaro, que receberá R$ 23,8 milhões a mais; e o PT de Lula, com um aumento de R$ 18,8 milhões. A polarização, como se vê, não impede o conluio quando o assunto é meter a mão no cofre da União.
Judiciário quer mais: segurança vitalícia
Mas o Judiciário não quis ficar de fora da cena. O Supremo Tribunal Federal (STF), que já goza de salários acima do teto, verbas indenizatórias ilimitadas e férias de 60 dias, agora formou maioria para garantir segurança pessoal vitalícia a seus membros, mesmo após aposentadoria.
Se isso não é um deboche institucional, o que seria? Enquanto brasileiros enfrentam assaltos em ônibus, arrastões em praias e se trancam atrás de grades em suas casas, ministros da mais alta corte do país julgam justo que o Estado banque a segurança particular deles – ad eternum.
O diagnóstico do ex-senador Freitas Neto: reforma impossível
Diante de tudo isso, o economista, ex-governador e ex-senador pelo Piauí, Freitas Neto crava com precisão: a reforma político-partidária é “a mais urgente e necessária do Brasil”. Mas, segundo ele mesmo, é uma reforma que não será feita. “O baixo prestígio e reconhecimento do nosso Congresso indica a necessidade dessas reformas para aproximar mais os representantes da população. Mas há uma resistência grande a mudanças mais consistentes”, afirma.
Freitas Neto não acredita em mudanças profundas. Para ele, o que há são “remendos eleitorais” feitos a cada dois anos que, em vez de melhorar, têm piorado o sistema político brasileiro. E quem pagará essa conta? O povo, como sempre.
O Brasil está no limite da paciência (e do orçamento)
Não há saída enquanto os três Poderes insistirem em ignorar a realidade fiscal e moral do país. O povo está sufocado por impostos, mal assistido por serviços públicos e desiludido com uma democracia que, ao invés de representá-lo, se tornou um balcão de privilégios.
O governo gasta como se não houvesse amanhã. O Congresso se autofinancia com dinheiro público e ainda dribla o Tribunal de Contas da União. E o Judiciário vive em uma bolha de regalias. Tudo isso com a benção das leis que eles próprios escrevem, aprovam e interpretam.
É o Estado contra o cidadão.
E o Brasil? Segue rumo à bancarrota ética, institucional e fiscal. Até quando?
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