Quando se pensa em terremoto, logo vêm à cabeça cenas de destruição em países distantes, placas tectônicas em guerra e cidades em colapso. Mas e se o chão tremesse bem aqui, no sertão do Piauí? Pois tremeu. E não é a primeira vez.
Na tarde desta segunda-feira, 16, por volta das 16h14, o município de Elesbão Veloso, no Vale do Sambito, a cerca de 168 km de Teresina, foi sacudido por um tremor de terra de magnitude 2.3 na escala Richter. O evento foi confirmado pela Rede de Monitoramento Sismográfica do Nordeste, com análises do Laboratório Sismológico da UFRN (LabSis-UFRN).
A boa notícia é que, apesar do susto, não houve danos materiais nem vítimas. Segundo o climatologista Werton Costa, da Secretaria Estadual da Defesa Civil, trata-se de um fenômeno de baixo impacto, comum na região, e que não representa risco para a população.
"O Centro de Gerenciamento de Riscos e Desastres segue monitorando a situação. Esses tremores, embora perceptíveis, são considerados de baixa intensidade", informou Werton.
Pode parecer surpresa, mas o Piauí tem histórico sísmico recente. De 2020 até hoje, já são seis episódios de tremores com magnitude entre 2.1 e 2.5:
Altos (2020) – 2.3
Oeiras (2021) – 2.5
Demerval Lobão (2021) – 2.1
Júlio Borges (2023) – 2.3
Domingos Mourão (2024) – 2.1
Elesbão Veloso (2025) – 2.3
Todos esses eventos seguem o mesmo padrão: sismos leves, sentidos por alguns moradores, mas sem abalos estruturais ou consequências graves.
Sim. Segundo os especialistas, o Nordeste brasileiro não está imune a tremores, embora eles ocorram em falhas geológicas internas e não nas bordas das placas tectônicas, como nos casos mais extremos ao redor do planeta. Ou seja: o solo pode estremecer de vez em quando, mas sem virar cenário de filme-catástrofe.
Por enquanto, fica o registro: o chão do Piauí treme, sim, mesmo que discretamente. E se você achava que isso era coisa de outro continente, é melhor começar a prestar mais atenção ao que acontece bem debaixo dos seus pés.
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