O velório da arqueóloga Niède Guidon, realizado no Museu do Homem Americano, em São Raimundo Nonato, foi marcado por grande comoção. O público teve acesso ao caixão por volta das 15h desta quarta-feira (4) e o sepultamento está marcado para quinta-feira (5), às 9h, no jardim da Fundação Museu do Homem Americano (Fumdham), a poucos metros do museu que ela ajudou a construir.
Durante o velório, que se estende até meia-noite, a entrada é permitida, mas sem registros de fotos. O caixão está coberto com as bandeiras da Fumdham e do Parque Nacional da Serra da Capivara, enquanto músicas da cantora lírica Maria Callas e canções francesas — que Niède apreciava — embalam o ambiente. Após esse horário, a cerimônia segue reservada para amigos e familiares mais próximos.
Em clima de forte emoção, centenas de pessoas passaram pelo local, incluindo estudantes, moradores, funcionários e guias do Parque Serra da Capivara. Eles formaram um círculo ao redor do caixão em sinal de respeito. A diretora dos museus, Rosa Trakalo, amiga de mais de 40 anos de Niède, destacou o legado da arqueóloga e seu amor pela preservação do parque. "Ela levou essa região para o mundo", afirmou.
Por uma coincidência simbólica, o sepultamento ocorrerá no dia em que o Parque Nacional da Serra da Capivara completa 46 anos de criação. Fundadora da Fumdham, Niède Guidon dedicou mais de cinco décadas à preservação do parque e à pesquisa sobre a ocupação humana nas Américas, deixando um legado científico reconhecido internacionalmente.
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