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O Brasil no topo (literalmente): IBGE troca ciência por infantilidade geopolítica

Com mapa-múndi invertido e gafes geográficas, o IBGE flerta com o ridículo e compromete a credibilidade dos próprios dados

08/05/2025 às 12h17 Atualizada em 12/05/2025 às 08h43
Por: Wagner Albuquerque
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Esse “MAPA” não é brincadeira, foi lançado pelo IBGE - Imagem: Reprodução
Esse “MAPA” não é brincadeira, foi lançado pelo IBGE - Imagem: Reprodução

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, que deveria ser uma das instituições mais sérias do país, resolveu brincar de mudar o mundo — literalmente. Comandado por Márcio Pochmann, o IBGE apresentou um novo mapa-múndi com o Sul no topo e o Brasil gloriosamente centralizado, como se a geografia mundial estivesse a serviço do ego nacional. A justificativa? Destacar o “protagonismo do Brasil” nos fóruns internacionais. Uma forma meiga, quase colegial, de gritar ao mundo: “Olhem pra mim, eu sou importante!”.

Não é a primeira vez que o IBGE tenta redesenhar a realidade para agradar interesses ideológicos. Em 2024, o famoso Atlas Geográfico Escolar já havia causado vergonha alheia com erros grotescos sobre a história do planeta — confundindo períodos geológicos como se fossem matérias de ensino fundamental mal revisadas. Agora, com a versão invertida do globo, a infantilização institucional atinge novo patamar. Se o objetivo era chamar atenção, conseguiram. Mas, infelizmente, pela razão errada.

E aí vem a pergunta incômoda: dá pra confiar em dados de um instituto que não sabe a diferença entre Jurássico e Cretáceo? Ou que decide, do alto da sua convicção ideológica, que o Brasil pode simplesmente subir no mapa e assumir o centro do planeta? Quando o mesmo IBGE divulga manchetes como “Desigualdade de renda volta a cair e renova menor nível da série histórica”, o leitor tem todo o direito de desconfiar. Afinal, nos últimos oito anos, a esquerda só governou dois, mas os méritos mágicos parecem ter efeito retroativo.

Gleisi Hoffmann, Márcio Pochmann e Lula - Foto: Reprodução

Márcio Pochmann, conhecido por seu alinhamento ao PT e por suas ideias econômicas… digamos, alternativas, continua colecionando polêmicas. A criação da tal Fundação IBGE+ — apelidada pelos servidores de “IBGE paralelo” — só aumentou a crise de confiança dentro do órgão. Técnicos denunciaram autoritarismo, desrespeito e aparelhamento ideológico. O que era pra ser um centro de excelência estatística virou palco de vaidade e delírio cartográfico.

No fim das contas, o mapa invertido é apenas a face mais visível de um problema profundo: a corrosão da credibilidade institucional. O Brasil não precisa estar no topo do mapa para ter relevância — precisa é de instituições que levem a realidade a sério. Do contrário, resta ao cidadão olhar para os dados do IBGE com a mesma desconfiança com que se olha para um globo inflável de brinquedo.

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Sobre Wagner Albuquerque é um profissional multifacetado do jornalismo, com passagens marcantes pela Band, onde desempenhou funções como editor, produtor, repórter e apresentador substituto. Ao longo de sua carreira, ele assumiu a Direção de Jornalismo em diversos portais de renome. Atualmente, Wagner é jornalista no Gazeta Hora1, destacando-se pela sua expertise e comprometimento com a qualidade e relevância das notícias apresentadas ao público.
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