O governo Lula informou ao enviado interino da Coordenação de Sanções dos Estados Unidos, David Gamble, que o Brasil não pretende classificar o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV) como organizações terroristas. A reunião ocorreu na terça-feira (6), com técnicos do Ministério da Justiça, sem a presença do ministro Ricardo Lewandowski, que participava de um seminário da OAB em Madri, na Espanha.
O secretário nacional de Segurança Pública, Mário Sarrubbo, explicou que as facções não se enquadram na definição de terrorismo segundo a legislação brasileira, já que não atuam com base em causas ideológicas, mas visam exclusivamente o lucro por meio de atividades criminosas diversas. Sarrubbo reforçou que, por esse motivo, não é adequada sua classificação como grupos terroristas.
Mesmo sem contato direto com autoridades de alto escalão do governo, a visita de Gamble gerou repercussões políticas. O deputado licenciado Eduardo Bolsonaro afirmou que o diplomata teria vindo ao país para tratar de possíveis sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF — versão negada pela Embaixada dos EUA, que informou que a pauta oficial é o combate ao crime organizado transnacional.
Já o senador Flávio Bolsonaro defendeu que o Brasil adote a mesma postura de outros países e classifique o PCC e o Comando Vermelho como organizações terroristas. A declaração foi dada após encontro com Ricardo Pita, conselheiro do Departamento de Estado dos EUA, que também integra a comitiva americana. O Ministério da Justiça ainda não divulgou detalhes oficiais sobre a reunião.
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