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Brasil CORRUPÇÃO FEDERAL

Esquema bilionário no INSS começou no governo Dilma e resistiu às tentativas de Bolsonaro de combatê-lo

Fraude de quase R$ 8 bilhões em descontos irregulares de aposentados teve início em 2016 e se intensificou no governo Lula, após Congresso derrubar medidas anticorrupção adotadas por Bolsonaro

04/05/2025 às 11h07 Atualizada em 06/05/2025 às 14h28
Por: Wagner Albuquerque
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Carlos Lupi ex-ministro da previdência social e Lula - Foto: Reprodução
Carlos Lupi ex-ministro da previdência social e Lula - Foto: Reprodução

Um escândalo de corrupção que envolve o desvio de cerca de R$ 8 bilhões do INSS veio à tona após a deflagração da Operação Sem Desconto, da Polícia Federal, em abril. A investigação aponta que, desde 2016, entidades sindicais passaram a receber descontos diretamente da folha de pagamento de aposentados e pensionistas, em muitos casos sem qualquer autorização. Quase 100% desses descontos teriam sido feitos de forma irregular, segundo a Controladoria-Geral da União (CGU). A manobra teria sido facilitada por mudanças na legislação feitas a partir do governo da presidente petista Dilma Rousseff.

Em 2019, já no governo Jair Bolsonaro, foi sancionada a Medida Provisória 871, que impunha regras mais rígidas contra fraudes nos benefícios previdenciários, como a obrigatoriedade de revalidação periódica dos descontos por parte dos sindicatos. No entanto, a pressão do Centrão e da base sindical ligada ao PT fez com que a exigência fosse flexibilizada no Congresso, ampliando o prazo de revalidação de um para três anos. Mais tarde, em 2022, durante o governo Bolsonaro, o Congresso juntamente com a esquerda em peso voltou a atuar e eliminou de vez a exigência por meio de uma emenda incluída em uma MP que tratava originalmente de microcrédito.

Mesmo com os esforços de Bolsonaro para endurecer o combate à corrupção no sistema previdenciário, o presidente acabou derrotado politicamente pela articulação de setores da esquerda, em especial o PT, e por líderes do Centrão. Desde 2023, o governo Lula voltou a se aproximar das entidades sindicais envolvidas no esquema, recebendo seus representantes em ao menos 15 encontros oficiais com o Ministério da Previdência e o INSS.

O impacto dessa aliança política é visível nos números: dos R$ 6,5 bilhões desviados entre 2019 e 2024, R$ 4,1 bilhões — ou 64% do total — teriam sido fraudados apenas nos dois primeiros anos da atual gestão petista. Mesmo com alertas anteriores e legislações anticorrupção aprovadas, o esquema conseguiu se manter e crescer, revelando as fragilidades institucionais diante de pressões políticas e interesses corporativos.

Confira o link da MP que Jair Bolsonaro fez para combater fraudes no INSS e que foi derrubada pelo congresso e todos os partidos de esquerda, principalmente o PT: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/Mpv/mpv871.htm

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Sobre Wagner Albuquerque é um profissional multifacetado do jornalismo, com passagens marcantes pela Band, onde desempenhou funções como editor, produtor, repórter e apresentador substituto. Ao longo de sua carreira, ele assumiu a Direção de Jornalismo em diversos portais de renome. Atualmente, Wagner é jornalista no Gazeta Hora1, destacando-se pela sua expertise e comprometimento com a qualidade e relevância das notícias apresentadas ao público.
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