A Quaresma, período de 40 dias dedicado à introspecção, penitência e renovação espiritual, chegou ao fim nesta Quinta-feira Santa, 17 de abril de 2025. Para milhões de católicos em todo o mundo, o encerramento da Quaresma marca o término das práticas penitenciais — como o jejum, a abstinência de carne, o silêncio digital ou a renúncia a prazeres cotidianos — assumidas como forma de aproximação com Deus e solidariedade ao sofrimento de Cristo.
Mas o que de fato representa esse momento para os fiéis? E por que ele é tão significativo no calendário cristão?
Com o fim da Quaresma, tem início o Tríduo Pascal — o ápice do ano litúrgico da Igreja Católica. O Tríduo começa na noite da Quinta-feira Santa, com a celebração da Missa da Ceia do Senhor, e se estende até o Domingo de Páscoa, passando pelos momentos centrais da fé cristã: a paixão, morte e ressurreição de Jesus.
A Quinta-feira Santa recorda o gesto do lava-pés e a instituição da Eucaristia durante a última ceia de Jesus com seus discípulos. A celebração abre um período de silêncio e recolhimento que culmina na Sexta-feira da Paixão, dia em que a Igreja relembra a crucificação de Cristo. É um dia de luto e contemplação, sem missa e com templos desnudados — o altar permanece vazio como sinal de dor e espera.
O Sábado Santo, ou Sábado de Aleluia, é marcado pela expectativa da ressurreição. À noite, a tradicional Vigília Pascal celebra o renascimento da luz e da vida, quando os sinos voltam a tocar e os cânticos de júbilo ecoam após o silêncio da Paixão.
Finalmente, no Domingo de Páscoa, a fé cristã celebra a ressurreição de Jesus Cristo, evento central que fundamenta toda a teologia cristã. A data representa não apenas o triunfo da vida sobre a morte, mas também a renovação da esperança e a superação das sombras pessoais e coletivas.
Apesar da importância religiosa, muitos católicos desconhecem o significado profundo da Semana Santa. A Quaresma, que tem origem no latim quadragesima dies (quarenta dias), representa o tempo de preparação para essa passagem da morte para a vida, espelhando os 40 dias que Jesus passou no deserto em jejum, segundo a tradição bíblica.
Com a retomada de costumes interrompidos durante a Quaresma — como o consumo de doces, carne ou bebidas — os fiéis são convidados a viver esse retorno com novo sentido: não como simples libertação das regras, mas como símbolo de uma vida renovada espiritualmente.
A programação da Semana Santa segue intensa nas paróquias de todo o estado, com missas, procissões, encenações da Paixão e momentos de vigília. Embora as penitências terminem com a Quinta-feira Santa, líderes religiosos reforçam que os frutos da Quaresma — solidariedade, caridade e conversão interior — devem se estender por toda a vida.
Assim, entre fé, tradição e espiritualidade, a Semana Santa renova o convite à reflexão sobre o sentido mais profundo da existência, lembrando que, para os católicos, a Páscoa não é apenas um evento litúrgico, mas a celebração máxima da esperança.
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