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Caxias e seu novo Complexo Ferroviário: um renascimento cultural no Maranhão

Antiga estação se transforma em centro de arte, educação e memória, trazendo teatro, biblioteca e cursos para a população

15/03/2025 às 06h31
Por: Douglas Ferreira
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O antigo prédio da estação ferroviária virou um complexo cultural - Foto: Reprodução
O antigo prédio da estação ferroviária virou um complexo cultural - Foto: Reprodução

Caxias, cidade berço de grandes nomes da literatura brasileira como Gonçalves Dias, Coelho Neto e Vespasiano Ramos, reafirma sua vocação cultural com a entrega do novo Complexo Ferroviário, um espaço totalmente restaurado que promete fortalecer a identidade artística e histórica do município. A iniciativa representa um marco para a preservação do patrimônio cultural e a promoção da educação e da arte na região dos Cocais.

Um espaço de cultura e educação

O Governo do Maranhão, em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), entregou, na quarta-feira (12), a revitalização completa do Complexo Ferroviário de Caxias, que recebeu um investimento de R$ 9,1 milhões. Além de resgatar a memória ferroviária da cidade, o espaço agora abriga a nova sede do Instituto Histórico e Geográfico de Caxias (IHGC), uma biblioteca moderna, um teatro com capacidade para 340 pessoas, além de espaços para oficinas de artesanato, cursos técnicos e aulas de informática.

Tudo foi restaurado nos mínimos detalhes - Foto: Reprodução

A cidade, conhecida como um dos polos culturais do Maranhão, passa a contar com um teatro de grande porte, ampliando a oferta de atividades artísticas e incentivando a produção cultural local. O espaço poderá receber apresentações teatrais, musicais e exposições, fomentando o desenvolvimento artístico da região.

Patrimônio e história preservados

A Estação Ferroviária de Caxias, inaugurada em 1895, desempenhou um papel essencial no desenvolvimento econômico e social do Leste Maranhense. Seu conjunto arquitetônico, que remonta ao final do século XIX e início do XX, foi reconhecido pelo Iphan em 2010 como parte do Patrimônio Cultural Brasileiro. A restauração incluiu a urbanização de um trecho da Rua Galiana, a recuperação do maquinário histórico, como o girador – plataforma giratória utilizada para redirecionar locomotivas –, além da instalação de pavimentação e travessias para pedestres.

Impacto cultural e educacional

A superintendente do Iphan no Maranhão, Lena Brandão, destacou que a entrega do Complexo Ferroviário representa mais do que a recuperação de um edifício histórico: trata-se da criação de um centro cultural e educacional acessível a toda a comunidade. “O que estamos entregando é um espaço que une memória e futuro, cultura e educação. Agora, Caxias conta com uma estrutura que permitirá o crescimento do turismo cultural e o fortalecimento das manifestações artísticas locais”, afirmou.

Complexo Ferroviário de Caxias - Foto: Reprodução

O presidente do IHGC, Miramar Almada Lima, celebrou a importância do novo espaço para os pesquisadores, estudantes e amantes da história caxiense. “Nosso acervo bibliotecário agora está disponível em uma biblioteca moderna, garantindo acesso ao conhecimento sobre a cidade e sua rica herança cultural. É uma conquista que vinha sendo esperada desde 2014 e que, agora, finalmente se concretiza”, ressaltou.

Oportunidades para a juventude

Além do resgate cultural, o Complexo Ferroviário tem um forte viés educacional, oferecendo cursos de capacitação profissional que ajudarão os jovens caxienses a ingressar no mercado de trabalho. “Aqui ofertaremos cursos que permitirão que os jovens da região se qualifiquem para diversas áreas. Esse espaço vai além da cultura, ele é um investimento no futuro da população”, destacou o secretário estadual de Administração, Guilberth Garcês.

O novo complexo reafirma Caxias como um polo cultural do Maranhão, honrando sua tradição literária e artística, e se tornando um espaço de convergência entre passado e futuro, memória e inovação. Com essa entrega, a cidade fortalece sua identidade cultural e se prepara para novas gerações de artistas, escritores e historiadores.

 

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