Quarta, 19 de Março de 2025
23°

Parcialmente nublado

Teresina, PI

Economia LULA “LANÇA-CHAMAS”

Lula atiça o fogo, Haddad corre para apagar: até quando a diplomacia brasileira suportará?

Enquanto o ministro da Fazenda tenta negociar com os EUA a taxação do aço e do alumínio, declarações do presidente minam a credibilidade do Brasil nas relações internacionais

12/03/2025 às 17h46
Por: Douglas Ferreira
Compartilhe:
Haddad desempenha o papel de bombeiro frente ao incendiário Lula - Foto: Reprodução
Haddad desempenha o papel de bombeiro frente ao incendiário Lula - Foto: Reprodução

A política externa brasileira enfrenta um desafio que vai muito além da taxação de 25% imposta pelos Estados Unidos sobre o aço e o alumínio do Brasil. O verdadeiro problema está na incoerência entre o discurso do presidente Lula e os esforços diplomáticos de seu governo. Enquanto o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o Itamaraty tentam construir pontes com Washington, Lula insiste em miná-las com falas intempestivas e declarações hostis. A questão é: até quando essa dupla dinâmica entre incendiário e bombeiro será sustentável?

Lula teria pedido "muita calma nessa hora"

Haddad, sempre cuidadoso, afirmou que a orientação do governo é priorizar a negociação e evitar qualquer retaliação precipitada. “Muita calma nessa hora”, teria dito Lula, em um raro momento de lucidez e moderação. Mas, como confiar nessa promessa quando o próprio presidente tem um histórico de provocar tensões desnecessárias?

O setor siderúrgico brasileiro, um dos mais afetados pela medida dos EUA, reuniu-se com Haddad para expor os impactos da taxação. Os empresários argumentaram que a decisão americana não é apenas prejudicial ao Brasil, mas também ao próprio mercado norte-americano. O Brasil é um dos principais fornecedores de aço para os EUA e mantém um equilíbrio comercial que, segundo os industriais, será afetado negativamente.

"Não adianta Trump ficar gritando de lá, eu aprendi a não ter medo", diz Lula.

O ministro da Fazenda prometeu levar esses argumentos ao Ministério do Desenvolvimento, comandado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, na esperança de que o diálogo com o governo Biden traga algum alívio. Mas até onde essa estratégia pode funcionar quando Lula, com suas declarações erráticas, já criou um ambiente de desconfiança com os EUA?

Lula diz 'não ter medo de cara feia' e pede que Trump 'fale manso'.

Vale lembrar que a taxação não surgiu do nada. Ela é consequência de uma postura externa cada vez mais hostil do Brasil em relação ao Ocidente, incluindo aproximações desmedidas com regimes autoritários e declarações polêmicas sobre a geopolítica global. O problema não é apenas econômico, mas político: os EUA enviaram um recado claro ao governo brasileiro.

Lula sobre Trump: “Não foi eleito para ser xerife do mundo”.

A verdade é que o Brasil está pagando o preço de uma política externa descoordenada, em que ministros trabalham para remediar o estrago que o próprio presidente provoca. Haddad pode até tentar negociar, mas enquanto Lula seguir destruindo a credibilidade brasileira no cenário internacional, qualquer acordo será apenas um remendo temporário em uma relação cada vez mais desgastada.

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários