A política externa brasileira enfrenta um desafio que vai muito além da taxação de 25% imposta pelos Estados Unidos sobre o aço e o alumínio do Brasil. O verdadeiro problema está na incoerência entre o discurso do presidente Lula e os esforços diplomáticos de seu governo. Enquanto o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o Itamaraty tentam construir pontes com Washington, Lula insiste em miná-las com falas intempestivas e declarações hostis. A questão é: até quando essa dupla dinâmica entre incendiário e bombeiro será sustentável?
Lula teria pedido "muita calma nessa hora"
Haddad, sempre cuidadoso, afirmou que a orientação do governo é priorizar a negociação e evitar qualquer retaliação precipitada. “Muita calma nessa hora”, teria dito Lula, em um raro momento de lucidez e moderação. Mas, como confiar nessa promessa quando o próprio presidente tem um histórico de provocar tensões desnecessárias?
O setor siderúrgico brasileiro, um dos mais afetados pela medida dos EUA, reuniu-se com Haddad para expor os impactos da taxação. Os empresários argumentaram que a decisão americana não é apenas prejudicial ao Brasil, mas também ao próprio mercado norte-americano. O Brasil é um dos principais fornecedores de aço para os EUA e mantém um equilíbrio comercial que, segundo os industriais, será afetado negativamente.
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O ministro da Fazenda prometeu levar esses argumentos ao Ministério do Desenvolvimento, comandado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, na esperança de que o diálogo com o governo Biden traga algum alívio. Mas até onde essa estratégia pode funcionar quando Lula, com suas declarações erráticas, já criou um ambiente de desconfiança com os EUA?
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Vale lembrar que a taxação não surgiu do nada. Ela é consequência de uma postura externa cada vez mais hostil do Brasil em relação ao Ocidente, incluindo aproximações desmedidas com regimes autoritários e declarações polêmicas sobre a geopolítica global. O problema não é apenas econômico, mas político: os EUA enviaram um recado claro ao governo brasileiro.
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A verdade é que o Brasil está pagando o preço de uma política externa descoordenada, em que ministros trabalham para remediar o estrago que o próprio presidente provoca. Haddad pode até tentar negociar, mas enquanto Lula seguir destruindo a credibilidade brasileira no cenário internacional, qualquer acordo será apenas um remendo temporário em uma relação cada vez mais desgastada.
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