A ponte construída sobre o Rio Araguaia, ligando o Tocantins ao Pará, permanece fechada mesmo estando estruturalmente pronta desde 2023. O motivo? A ausência de acessos, cuja construção ainda está em andamento. A paralisação da obra tem gerado indignação, especialmente entre os moradores da região e setores da economia que dependem da travessia.
O problema central é a falta das vias de acesso à ponte. Segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), os acessos estão em fase de construção, e o processo de desapropriação das áreas necessárias para sua finalização está próximo da conclusão. O custo adicional dessa etapa é estimado em quase R$ 30 milhões.
A ponte tem 1,7 km de extensão e conecta as cidades de Xambioá (TO) e São Geraldo do Araguaia (PA). Sua previsão inicial de conclusão era setembro de 2022, mas agora espera-se que a obra esteja totalmente finalizada apenas no segundo semestre de 2025.
A não liberação da ponte impacta diretamente a economia dos dois estados, atrasando o escoamento da produção agrícola e dificultando a logística regional. Aproximadamente 1,5 milhão de pessoas poderiam ser beneficiadas pela estrutura, que reduziria significativamente o tempo e o custo da travessia do Rio Araguaia.
Atualmente, os moradores e transportadores continuam dependendo da balsa, cujos custos variam de R$ 5,50 para bicicletas a R$ 294 para carretas de dez eixos carregadas. Além do custo elevado, o tempo de travessia varia de 30 a 45 minutos, tornando a logística da região ainda mais cara e ineficiente.
A ponte foi projetada ainda no governo Michel Temer (MDB) e teve a ordem de serviço assinada pelo DNIT em abril de 2020, durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Durante o governo atual de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a obra foi incluída no novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), mas sua finalização segue arrastada.
O atraso na liberação da ponte levanta questionamentos sobre a falta de prioridade dada à conclusão dos acessos. Críticos do governo afirmam que a inauguração pode estar sendo postergada por não se tratar de uma obra iniciada na atual gestão.
Enquanto isso, a população do Tocantins e do Pará continua arcando com os custos e os transtornos da ineficiência estatal.
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