Quem apostou que o preço do diesel permaneceria estável sofreu um choque de realidade. A Petrobras confirmou, nesta sexta-feira (31), um aumento de R$ 0,22 por litro no diesel A para as distribuidoras, válido a partir deste sábado (1º). Com isso, o valor médio de venda do combustível subirá para R$ 3,72 por litro, enquanto o diesel B, comercializado nos postos, terá um repasse de R$ 0,19 por litro.
O reajuste enterra de vez a promessa do presidente Lula de "abrasileirar" os preços dos combustíveis. Durante sua campanha e primeiros meses de governo, o petista garantiu que os brasileiros pagariam menos pela gasolina e pelo diesel. Agora, a realidade se impõe: mais um aumento, mais um revés para a economia e um duro golpe na popularidade do governo.
Esse é o primeiro aumento do diesel desde outubro de 2023, quando o preço subiu R$ 0,25 por litro. O último movimento da Petrobras havia sido uma redução em dezembro, mas a nova alta anula qualquer alívio que os consumidores possam ter sentido. Além do reajuste da estatal, há um outro vilão nessa equação: o ICMS. A partir de 1º de fevereiro, o imposto estadual subirá R$ 0,06 por litro no diesel e R$ 0,10 na gasolina, pressionando ainda mais os preços nas bombas.
O impacto desse aumento será sentido em toda a cadeia produtiva. Com o diesel mais caro, o custo do transporte de mercadorias e alimentos sobe, alimentando a inflação e comprometendo o poder de compra da população. Em um cenário de economia fragilizada, essa alta pode ser mais um fator de descontentamento entre os brasileiros.
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, comunicou Lula sobre o aumento já na segunda-feira (27). Em resposta, o petista se esquivou da responsabilidade, alegando que não autorizou o reajuste e que a decisão cabe exclusivamente à Petrobras. "Desde o meu primeiro mandato, eu aprendi que quem autoriza o aumento do petróleo e derivados é a Petrobras e não o presidente da República", disse Lula.
A declaração, no entanto, não convence. Durante sua campanha e nos primeiros meses de governo, Lula fez questão de se colocar como fiador de uma política de preços mais justa para os brasileiros. Agora, diante de uma realidade que contradiz seu discurso, tenta se eximir da responsabilidade.
Com a popularidade em queda e a insatisfação crescente, o governo enfrenta um desafio cada vez maior para manter sua credibilidade. O aumento do diesel é apenas mais um capítulo de uma narrativa que começa a pesar contra o Planalto.
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