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Economia ECONOMIA

Recorde de recuperações judiciais em 2024 reflete cenário de crise empresarial

Alta nos pedidos evidencia dificuldades econômicas, apesar do aquecimento do mercado

29/01/2025 às 08h10 Atualizada em 29/01/2025 às 22h53
Por: Wagner Albuquerque
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Foto: Reprodução
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O Brasil registrou 2.273 pedidos de recuperação judicial em 2024, o maior número desde o início da série histórica da Serasa Experian, iniciada em 2005. O volume representa um aumento expressivo de 61,8% em relação a 2023, refletindo os desafios financeiros enfrentados por empresas em diferentes setores da economia.

A recuperação judicial é um mecanismo utilizado por companhias em crise para reorganizar suas finanças e evitar a falência. De acordo com a economista da Serasa Experian, Camila Abdelmalack, o ambiente econômico de 2024 esteve aquecido, mas a alta taxa de juros dificultou a manutenção da saúde financeira de muitas empresas. "Para aquelas que entraram em inadimplência e não conseguiram reverter a situação, a recuperação judicial se tornou uma alternativa para evitar o fechamento definitivo", afirmou.

Empresas conhecidas do público, como Polishop, Dia, Sidewalk, Agrogalaxy e InterCement, estão entre as que recorreram ao pedido de recuperação judicial ao longo de 2024. Apenas em dezembro, foram 188 novas solicitações, uma alta de 84,3% em relação ao mesmo período de 2023. No comparativo mensal, houve uma variação de 1,1%.

As micro e pequenas empresas foram as mais afetadas, registrando 1.676 pedidos de recuperação judicial, um aumento de 78,4% em relação ao ano anterior. Empresas de médio e grande porte também tiveram crescimento nos requerimentos, com 416 e 181 solicitações, respectivamente. O setor de serviços liderou os pedidos (928), seguido pelo comércio (575), indústria (347) e setor primário (423).

Apesar do aumento das recuperações judiciais, os pedidos de falência tiveram leve queda em 2024, totalizando 949 requerimentos, um recuo de 3,5% na comparação anual. Pequenas e microempresas responderam por 578 dessas solicitações, enquanto médias e grandes registraram 189 e 182, respectivamente. O setor de serviços novamente liderou, com 416 pedidos, seguido por comércio (292), indústria (238) e setor primário (3). Apenas em dezembro, foram registrados 51 pedidos de falência, uma queda mensal de 28,2%.

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