A ex-produtora executiva da Microsoft Games Studios e cofundadora da equipe original do Xbox, Laura Fryer, declarou que a Microsoft perdeu o interesse — e talvez até a capacidade — de produzir consoles próprios. “Pessoalmente, acho que o hardware do Xbox está morto”, afirmou em um vídeo publicado no último sábado (28), em que criticou a recente parceria com a AMD e a Asus para produção de dispositivos portáteis e chips.
Fryer aponta os modelos ROG Ally e Ally X, lançados com a marca Xbox em parceria com a Asus, como um sinal claro de que a inovação em hardware foi terceirizada. Para ela, os aparelhos são basicamente PCs portáteis com Windows 11, sem diferenciais reais que justifiquem a compra. “Não há literalmente nenhum motivo para comprar esse portátil”, disse, lamentando que o valor construído pela marca ao longo de décadas esteja sendo diluído.
Segundo a veterana da indústria, o sucesso inicial do Xbox se apoiava em jogos exclusivos, boas ferramentas para desenvolvedores e apoio técnico robusto — pilares que, em sua visão, foram abandonados. Ela criticou a ausência de atualizações sobre títulos como State of Decay 3, Perfect Dark e Fable, mesmo após anos de desenvolvimento. “A estratégia parece ser apostar tudo no Game Pass e deixar o hardware nas mãos dos parceiros”, declarou.
A crítica ocorre em um momento delicado para a divisão Xbox, que pode enfrentar mais uma rodada de demissões. Desde a aquisição da Activision Blizzard por US$ 69 bilhões, a Microsoft já dispensou cerca de 1.900 funcionários ligados à área de games. Caso se confirme uma nova leva de cortes, será a quarta em menos de dois anos — reflexo da pressão interna por maior rentabilidade na operação.
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