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MEC afrouxa segurança do Enem e reabre feridas do maior escândalo já vivido pelo Exame

Sob o pretexto de “modernização”, governo flexibiliza regras de segurança na impressão do Enem e reacende temores de vazamentos e fraudes. Especialistas e ex-presidentes do Inep alertam para retrocesso perigoso

18/06/2025 às 09h00 Atualizada em 18/06/2025 às 15h30
Por: Douglas Ferreira Fonte: Com informações Estadão
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O ENEM mexe com a vida de milhões de jovens e famílias brasileiras - Foto: Reprodução
O ENEM mexe com a vida de milhões de jovens e famílias brasileiras - Foto: Reprodução

Dezesseis anos depois do maior escândalo da história do Enem, quando cadernos de prova foram roubados da gráfica e o exame cancelado às vésperas da aplicação, o Ministério da Educação decidiu andar para trás. Pela primeira vez desde 2009, as exigências de segurança para impressão das provas foram significativamente reduzidas.

Câmeras em menor número, vigilância menos rigorosa, fim da auditoria externa obrigatória. Um pacote completo que, sob a alegação de “eficiência” e “atualização técnica”, desarma o sistema de proteção que levou anos para ser consolidado. A pergunta é inevitável: por que mudar justo agora? E mais grave ainda: por que mudar afrouxando?

O Inep diz seguir orientações do TCU e da CGU para garantir “ampla concorrência” nos processos licitatórios e reduzir custos - mas a decisão levanta suspeitas e provoca críticas duras. Especialistas em segurança e ex-gestores do próprio Enem alertam: as mudanças transferem a responsabilidade por decisões sensíveis à empresa contratada, abrem zonas cegas na vigilância e reduzem a redundância - um dos pilares da segurança em operações críticas. A justificativa oficial fala em "evolução". Mas evolução não pode significar vulnerabilidade.

O Enem movimenta milhões de vidas, define futuros e deveria estar imune a qualquer risco de sabotagem, por menor que seja. Ao desmontar parte da estrutura que protege o exame, o governo coloca em xeque não apenas a segurança, mas a credibilidade de um dos principais instrumentos de acesso à educação no país. O que está por trás dessa escolha? Custo-benefício ou conveniência política? Seja qual for a resposta, ela não justifica o risco.

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A NOTÍCIA E O FATO
A NOTÍCIA E O FATO
Sobre Douglas Ferreira é multimídia. Além de jornalista, é bacharel em Direito. Foi repórter da TV Clube, afiliada da Rede Globo, por 10 anos e, em Caxias, no Maranhão, apresentou o programa “Fala Caxias”. Fundou e dirigiu por seis anos a Folha do Cocais. Foi secretário de Comunicação da Prefeitura de Caxias e retornou a Teresina como âncora da TV Meio Norte. Por 20 anos, reportou e apresentou na TV Antena 10, afiliada da Record. Também foi assessor de imprensa do Tribunal de Justiça do Piauí e passou por rádios e pelos maiores portais do Estado. Sua vida é o jornalismo. No Sistema Move de Comunicação, foi editor do Portal Move Notícias e apresentador do Business Cast, do canal movetvweb no YouTube. Agora, está à frente do Gazeta Hora1.
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