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Viagens de Luxo e golpe bilionário: A vida nababesca da advogada que fraudou o INSS

Cecília Rodrigues Mota, presidente de duas associações investigadas, realizou 33 viagens internacionais em um ano enquanto desviava milhões de aposentados em um esquema que pode ter causado prejuízo de até R$ 6,3 bilhões aos cofres públicos

04/05/2025 às 10h54 Atualizada em 04/05/2025 às 11h04
Por: Douglas Ferreira
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Cecília Rodrigues ostentava uma vida nababesca viajando pelo mundo gastando o dinheiro dos aposentados - Foto: Reprodução
Cecília Rodrigues ostentava uma vida nababesca viajando pelo mundo gastando o dinheiro dos aposentados - Foto: Reprodução

O escândalo em pauta

O nome de Cecília Rodrigues Mota, advogada e servidora pública aposentada, tornou-se central em uma das maiores investigações de desvio de verbas do INSS dos últimos anos. Envolvida em um esquema que pode ter desviado até R$ 6,3 bilhões, ela presidia duas associações que descontavam valores indevidos das aposentadorias de milhares de brasileiros - sem autorização.

Como se diz no Nordeste, “nada melhor do que atirar com a pólvora alheia”: enquanto os aposentados perdiam parte de seus benefícios, Cecília rodava o mundo, hospedava-se em hotéis de luxo e ostentava uma vida nababesca - com o dinheiro público.

Quem é Cecília Rodrigues Mota?

  • Advogada e servidora pública federal aposentada.

  • Presidente de duas associações investigadas por corrupção:

    • AAPEN: Associação dos Aposentados e Pensionistas Nacional (antes chamada de Associação Brasileira dos Servidores Públicos).

    • AAPB: Associação dos Aposentados e Pensionistas do Brasil.

  • Ambas as entidades funcionaram no mesmo endereço em Fortaleza e, segundo a CGU, podem ser uma organização disfarçada de duas, com fins ilícitos.

Como funcionava o esquema

  • As associações descontavam mensalidades sem autorização dos aposentados.

  • Em muitos casos, usavam assinaturas falsas para formalizar a filiação dos beneficiários.

  • O dinheiro era repassado a pessoas físicas e jurídicas ligadas a Cecília, movimentando mais de R$ 14 milhões só entre essas conexões diretas.

  • A Polícia Federal identificou um organograma complexo de repasses e ocultação.

O turismo do crime: 33 viagens em um ano

Entre 2 de janeiro e 12 de novembro de 2024, Cecília realizou impressionantes 33 viagens, muitas internacionais, para destinos como:

  • Dubai

  • Paris

  • Lisboa

No ano anterior (2023), ela havia feito 8 viagens - ou seja, em 2024, o ritmo quadruplicou. Em várias ocasiões, estava acompanhada de outras seis pessoas, cujos custos também foram cobertos pelo dinheiro do esquema, segundo a investigação.


Frase que resume o caso

“Viajar e gastar como se não houvesse amanhã, ou vítimas, ou crime, ou responsabilidade, ou condenação futura. Todos apostavam na impunidade”.

Mas a impunidade pode estar chegando ao fim.


O que dizem as investigações

  • A CGU e a PF afirmam que as associações eram estruturas de fachada.

  • A operação “Sem Desconto”, deflagrada em abril de 2025, cumpriu 211 mandados de busca e apreensão em 13 estados e no Distrito Federal.

  • Cecília foi alvo direto da operação.

  • O relatório oficial fala em “confusão empresarial propositada”, com compartilhamento de estrutura, diretoria e CNPJ para ocultar o volume real de operações e expandir o alcance da fraude.

Com quem ela dividia o lucro?

O relatório cita:

  • Seis acompanhantes constantes nas viagens.

  • Pessoas físicas e jurídicas ligadas diretamente à presidente.

  • Possíveis operadores financeiros que atuavam como intermediários para lavar e ocultar o dinheiro do crime.


E agora? Vai sobrar para alguém?

A dúvida que paira é: alguém vai pagar o pato?
Cecília e sua rede estão sendo alvo de investigações sérias, com provas documentais, registros de viagens, movimentações financeiras suspeitas e uma estrutura montada para fraudar o sistema previdenciário.

A defesa de Cecília ainda não se manifestou, mas os órgãos de controle já fizeram o alerta: a farra acabou - ao menos para alguns.

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