A safra de borracha natural no Estado de São Paulo, responsável por 65% da produção nacional, deve alcançar 266 mil toneladas em 2024/2025, segundo o Instituto de Economia Agrícola (IEA). O volume, se confirmado, representa um crescimento de 8,8% em relação ao ciclo anterior. Apesar da projeção otimista, produtores relatam dificuldades no campo, principalmente por conta das condições climáticas e da escassez de trabalhadores especializados.
Segundo o diretor-executivo da Associação Paulista de Produtores e Beneficiadores de Borracha (Apabor), Fabio Tônus, fatores como os incêndios ocorridos em 2024, a evasão de mão de obra e a instabilidade do clima podem reduzir a produção em até 20%. Ainda assim, o setor comemora a valorização histórica da borracha, com preços que saltaram 118% em relação ao ano passado. Em fevereiro de 2025, o valor médio pago ao produtor paulista foi de R$ 6,65 por quilo de coágulo, o melhor patamar em cinco anos.
A alta nos preços é reflexo também do mercado internacional. Problemas climáticos em países asiáticos, como Tailândia e Indonésia, reduziram a oferta global e impulsionaram as cotações na bolsa de Singapura em mais de 40% em 2024. Para os próximos anos, a expectativa é de que a demanda continue acima da oferta, mantendo os preços firmes. No entanto, o setor segue pressionado pelas importações, que cresceram 94% no primeiro bimestre de 2025, e pela necessidade urgente de qualificação e retorno da mão de obra especializada para manter a produção em ritmo sustentável.
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