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Agro “MUITO DOIDO”

Arthur Maia e a polêmica econômica: crítica ao governo e impacto no agronegócio

Suspensão do Plano Safra gera indignação e acende alerta sobre recessão

26/02/2025 às 19h46
Por: Douglas Ferreira
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Para o deputado Arthur Maia tirar o plano safra é condenar o agronegócio - Foto: Reprodução
Para o deputado Arthur Maia tirar o plano safra é condenar o agronegócio - Foto: Reprodução

Ainda repercute no meio político, empresarial e, sobretudo, no agronegócio, a entrevista do deputado baiano Arthur Maia ao podcast Diário do Poder. O parlamentar não poupou críticas à condução da política econômica pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, classificando-a como um "raciocínio muito doido".

Mas o que levou Arthur Maia a essa afirmação? A principal razão da crítica foi a decisão do governo federal de suspender novas contratações de financiamentos agrícolas subvencionados pelo Plano Safra 2024/25. Para Maia, a medida é um "despautério" que pode comprometer o setor agropecuário e desencadear impactos negativos em toda a economia nacional.

“Você não entende essa conversa do ministro Haddad. Se por um lado ele diz que não tem dinheiro para fazer o Plano Safra, por outro, propõe um projeto de lei para isentar quem ganha até cinco mil reais, estimulando o consumo deliberadamente. Ora, meu Deus, é muito doido esse raciocínio, né? Então, com todo o respeito ao Haddad, mas eu não consigo compreender a lógica dessa dicotomia”, criticou Maia na entrevista.

A decisão do Tesouro Nacional de interromper os financiamentos do Plano Safra gerou revolta, principalmente entre os produtores rurais e empresários do agronegócio. O setor, que depende do crédito subsidiado para manter a produtividade e a competitividade internacional, vê na suspensão um risco iminente de queda na produção e aumento dos custos.

O risco de recessão e os impactos para a economia

Arthur Maia alerta que a falta de crédito rural pode causar uma recessão, uma vez que a agricultura tem impacto direto nas exportações brasileiras e no Produto Interno Bruto (PIB).

“As nossas exportações estão diretamente vinculadas à produção agrícola brasileira. Se não tivermos o Plano Safra, consequentemente vamos ter uma queda abrupta nas exportações, no PIB brasileiro, e isso vai gerar uma recessão, que naturalmente prejudicará sobretudo os mais pobres”, ponderou o deputado.

O alerta de Maia ecoa entre outros parlamentares e setores econômicos que também criticam a decisão do governo. Para eles, retirar incentivos do agronegócio, um dos principais motores da economia brasileira, sem apresentar alternativas concretas, é uma medida irresponsável e contraditória com a necessidade de crescimento sustentável.

Diante das críticas, o governo federal ainda não anunciou um plano alternativo para mitigar os efeitos da suspensão do Plano Safra. Enquanto isso, a incerteza cresce entre os produtores e a pressão política para reverter a decisão ganha força em Brasília.

 

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